Caiado quer liderança para Goiás na produção de terras raras

Goiás está se posicionando para ser um ator central no mercado global de terras raras, minerais cruciais para a economia verde. O governador Ronaldo Caiado (UB) está determinado a transformar o estado de um mero exportador de matéria-prima em um polo industrial de alta tecnologia. "Goiás tem todas as condições de se tornar o estado mais importante do mundo" no fornecimento desses insumos estratégicos, afirmou Caiado.

O governador planeja "calibrar os interesses", buscando atrair investimentos que vão além da simples extração mineral. Ele almeja a troca de minério por data centers, satélites e parques industriais, visando a geração de empregos e renda para a população goiana. Essa postura é um contraponto ao que ele descreve como um "jogo político rasteiro" e uma crítica à abordagem econômica do governo federal.

Caiado enfatizou que o Brasil não pode repetir o modelo colonial de ser apenas fornecedor de minério bruto enquanto importa tecnologia pronta. "Não aceitaremos ser apenas fornecedores de minério bruto enquanto importamos a tecnologia pronta", declarou durante um evento em São Paulo. Ele busca atrair empresas de ponta para Goiás, gerar empregos qualificados e estabelecer o estado como uma referência mundial na cadeia de terras raras.

Para impulsionar essa visão, o governador defende a criação de um marco regulatório específico que garanta segurança jurídica e atraia investimentos para a industrialização. Ele tem investido em diplomacia comercial, negociando com países da Europa, Estados Unidos e Ásia, incluindo uma recente viagem ao Japão.

A aposta de Caiado na indústria de alta tecnologia para Goiás se justifica por fatores decisivos que o estado reúne: estabilidade institucional, matriz energética limpa, mão de obra qualificada e localização estratégica no centro do país. Uma comitiva empresarial japonesa está, inclusive, programada para chegar ao estado em 15 de agosto para explorar o potencial do setor e discutir parcerias para a instalação de plantas industriais de separação de minerais.

"Hoje fazemos apenas a concentração desses minerais e exportamos para a China. O que eu fui buscar no Japão foi a tecnologia para também fazermos a separação dos metais aqui, com indústrias de base japonesa, europeia ou americana", explicou Caiado. Ele ressaltou que Goiás está preparado para as negociações e tem um grande potencial de crescimento. "Uma mina nossa já produz mais de 5 mil toneladas — quantidade suficiente para abastecer toda a demanda da Europa ou dos EUA", destacou.

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