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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Alan Santos/PR

Bolsonaro ganhou o presente acima do deputado federal Glaustin da Fokus e simulou que estava usando uma arma de fogo

Em segundo discurso em Goiânia, Bolsonaro volta a atacar o ‘fique em casa’ e os direitos dos indígenas

28/08/2021, às 15:06 · Por Eduardo Horacio

Em seu segundo discurso no dia (veja resumo do primeiro clicando aqui), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as medidas de combate à pandemia, durante o ano de 2020.  “A questão do ‘fique em casa, toque de recolher e lockdown tirou a renda de 38 milhões de pessoas, que foram condenadas a ficar em casa, a sobreviver ninguém sabia como, mas o governo atendeu esses mais necessitados, passou pela Caixa Econômica Federal e passou pela Câmara e pelo Senado”, afirmou.

Bolsonaro participou, na manhã deste sábado, 28, do 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos da Convenção Estadual das Assembleias de Deus Madureira (Conemad-GO). Sem máscara, ele causou aglomeração ao cumprimentar apoiadores na porta da igreja, em Goiânia. Seu primeiro discurso, mais cedo, havia durado 22 minutos.

Ele também disse que a maioria dos indígenas acampados em Brasília não sabem contra o que protestam e são “arrebanhados pelo MST”. Os cerca de 5 mil indígenas acampados na capital protestam contra o julgamento do marco temporal pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O movimento protesta contra a aprovação de projetos do que consideram a “agenda anti-indígena” do Congresso e do governo federal. “Tem agora em Brasília aproximadamente 5 mil pessoas acampadas. A sua grande maioria, quase totalidade não sabe o que está fazendo lá. É gente que é arrebanhado pelo MST. É gente, indígenas, que estão lá protestando não se sabe contra o quê”, afirmou.

Os ministros discutirão a tese de um “marco temporal” – em que os indígenas só poderiam reivindicar as terras que já ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. O STF avalia também se o reconhecimento só é válido depois do término do processo de demarcação pela Funai. Sobre o tema, Bolsonaro disse em Goiânia que uma derrota do marco temporal pode levar à demarcação de terras no tamanho de toda a região Sul do país. “Isso simplesmente inviabilizaria o nosso agronegócio. Nós praticamente deixaríamos de produzir, de exportar. E entendo pela dimensão do fato, sequer teríamos como garantir a nossa segurança alimentar”, afirmou.

Segundo o presidente, ele já tem solução para o caso de o STF não levar a diante a tese do marco temporal: “Caso isso seja aprovado eu tenho duas opções, não vou dizer agora, mas já está decidida qual é essa opção, é aquela que interessa ao povo brasileiro, é aquela que está ao lado da nossa constituição”. 

Ataque ao Judiciário
Neste segundo discurso, o presidente voltou a atacar o Poder Judiciário. “Não somos três poderes, somos dois. O Executivo e o Legislativo trabalham em harmonia, como vem trabalhando em harmonia. (...) Agora preciso de vocês para aprovar o Auxílio-Brasil, tenho certeza que o Parlamento não nos faltará mais uma vez”, afirmou. “Não culpamos ninguém pelo fracasso em algumas áreas, mas não nos falta humildade para buscar aperfeiçoamento nessas propostas, talvez a primeira vez na história da Nova República nós pudemos compor um ministério com critério 100% técnico, incluindo o senador Ciro Nogueira que chegou por último”, completou.

“Nenhuma pessoa, de qualquer poder, é melhor do que o outro. Ninguém está acima da Constituição. Quem porventura trabalha fora dela deve ser devidamente advertido e, se não enquadrar na Constituição, deve sofrer um processo mais completo com toda certeza, teremos nosso 7 de setembro em breve e acho que todo governador ou prefeito quer estar no braço do povo, é a esse povo que devemos lealdade, é a esse povo que devemos servir, por isso quero convidar todos os governadores, prefeitos e parlamentares a comparecer neste ano, eu estarei em um carro de som em Brasília e em um de São Paulo, digo mais, convido também qualquer um dos 11 ministros do STF a ocupar o carro de som e a falar com o povo brasileiro”, concluiu Bolsonaro.

Assista ao segundo discurso na íntegra abaixo:


Jair Bolsonaro Goiânia Glaustin da Fokus
P U B L I C I D A D E