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A programação rola entre os dias 18 a 24 de maio e deve gerar um custo total de R$ 97.071,00 aos cofres goianienses, fora as passagens que serão pagas por meio de outro processo
Coluna do Pablo Kossa: Viagem de vereadores à Suíça não é problema por si só
11/04/2025, às 14:48 · Por Pablo Kossa
Vamos parar de provincianismo: a possível viagem de três vereadores à Suíça para conhecer experiências envolvendo resíduos sólidos pode sim ser interessante. Mas pode também ser um baita desperdício. Essa avaliação só será possível depois. Detonar à priori é pra quem não consegue enxergar nada além do Paranaíba.
Se você não está ligado na história (clique aqui), o presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo, Luan Alves e Léo José têm convite para uma viagem oficial à Suíça. A pauta é participar de um evento organizado pela Lavoro Solutions, empresa que atua no ramo de consultoria ambiental de Niterói (RJ).
E aqui pinta a primeira interrogação: será um encontro só de vereadores brasileiros na terra dos chocolates e relógios famosos? Se sim, já dá pra ter um pé atrás. Ok, vão conhecer os aterros sanitários dos Alpes. Mas o encontro teria mais legitimidade se contasse com um intercâmbio entre vereadores de outros países também. A presença exclusiva de brasileiros deixa a coisa com cheiro de trem da alegria.
A programação rola entre os dias 18 a 24 de maio e deve gerar um custo total de R$ 97.071,00 aos cofres goianienses, fora as passagens que serão pagas por meio de outro processo.
Iris Rezende se orgulhava de dizer que não viajava durante o exercício do mandato. Nunca gostei de tal postura. Sempre achei limitante. Certo, Iris é um político do seu tempo. Que não é mais o de hoje. Viagens podem sim abrir a cabeça de um gestor.
Vamos pegar nas três esferas. Lula não estava recentemente no Japão e Vietnã? Caiado não estava na Índia? Mabel não está na Itália? A viagem por si só não é problema, a pergunta é o que eles trazem de volta? E aqui vai a verdade dura: é hipocrisia achar que isso é espartanamente mensurável. Não é. O resultado sempre é etéreo, algumas vezes simbólico. É dificílimo averiguar.
A ojeriza à política oriunda de um udenismo chulé é tão grande que só de falar e políticos em viagem já dá gastura em parcela da população. A repulsa nem é sem motivos, já que exemplos fartos de farras na gringa promovidas por eleitos estão nos anais da política nacional. Mas interditar o debate sobre a viagem só por ser de político não é virtude. É só coisa de gente de cabeça pequena mesmo.
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