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Comitiva com viagem à Suíça é formada pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), e os vereadores Luan Alves (MDB) e Léo José (SD)
Viagem de vereadores à Suíça deve custar quase R$ 98 mil aos cofres públicos
11/04/2025, às 11:41 · Por Redação
Três vereadores de Goiânia devem participar de uma viagem oficial à Suíça, com despesas pagas com recursos públicos, para um evento promovido pela empresa Lavoro Solutions, especializada em consultoria ambiental. O custo estimado da viagem, que ocorrerá entre os dias 18 e 24 de maio, é de R$ 97.071,00. A comitiva inclui o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), e os vereadores Luan Alves (MDB) e Léo José (SD).
Segundo o descritivo do evento, o encontro terá palestras, visitas técnicas, reuniões com empresas do setor de resíduos sólidos e atividades sociais, como jantares e passeios, incluindo uma recepção em um castelo medieval. As passagens aéreas serão adquiridas em processo separado, e o pacote de serviços – no valor de R$ 32.357,00 por vereador – será contratado com dispensa de licitação, sob a justificativa de exclusividade da empresa organizadora.
A proposta da viagem é promover um benchmarking internacional sobre boas práticas na gestão do lixo. No entanto, até o momento, não há plano de metas ou previsão de resultados concretos para Goiânia. A viagem gerou críticas diante da situação do aterro sanitário da capital, que opera sem licença ambiental e foi alvo de ação do Ministério Público por descumprimento de um TAC firmado em 2020.
Ao jornal O Popular, Luan Alves defendeu a viagem alegando que é preciso conhecer modelos internacionais para avaliar alternativas para o lixo de Goiânia. “O aterro é hoje muito ruim, não tem tratamento, não tem separação de resíduos. Se houver concessão, a Câmara precisa conhecer as soluções”, afirmou. Clécio Alves (Republicanos), deputado estadual e pai de Luan, chegou a ser citado como parte da comitiva, mas alegou motivos pessoais para desistir da viagem.
Em entrevista ao podcast Giro 360, Romário Policarpo afirmou que o processo ainda está em andamento e que a viagem não está confirmada. “Se vamos ou não, é algo que será definido com o fim do processo. Me parece interessante, porque o prefeito está na Itália tratando do mesmo tema. Vivemos num mundo globalizado”, disse.
Essa não é a primeira viagem internacional bancada pela Câmara. Em fevereiro, Policarpo e dois servidores foram à Índia em missão junto ao governo estadual, ao custo de R$ 223 mil. Para o diretor-executivo da Lavoro, Walter Plácidos, a realidade da gestão de resíduos em Goiás é preocupante. “A Suíça resolveu seus lixões há 50 anos. Portugal há 25. E nós continuamos poluindo com chorume. Isso é crime ambiental”, afirmou.
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