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Mata Atlântica representa apenas 3,5% do território goiano, mas tem rica biodiversidade

Cresce em Goiás o desmatamento da Mata Atlântica

28/05/2022, às 10:57 · Por Redação

Goiás foi o estado com maior aumento porcentual da área desmatada no Brasil, conforme o último Altas da Mata Atlântica, para o bioma, divulgado nesta semana. O documento mostra que houve variação positiva de 1.350% nos últimos 12 meses avaliados na comparação com o mesmo intervalo anterior, como mostra o jornal O Popular.

Os números absolutos são menos significativos, mas a preocupação escala porque a formação florestal cobre apenas 3,5% do território goiano. De outubro de 2019 a setembro de 2020 foram 7 hectares contra 105 hectares de outubro de 2020 a setembro de 2021.

A área de Goiás que tem intersecção com a Mata Atlântica soma 1.190.894 hectares. Não é muito comparado ao território total do estado. Entretanto, ela guarda uma riqueza de biodiversidade grande, conforme especialistas. No Brasil, só as espécies de plantas somam mais de 20 mil.

No estado, as frações de Mata Atlântica reconhecidas se situam na porção sul goiana, na divisa com Minas Gerais. Elas estão em municípios como Itumbiara, Bom Jesus de Goiás, Quirinópolis e Água Limpa. As características não são idênticas às verificadas ao longo da faixa litorânea, em locais como a Serra do Mar, mas, ainda assim, apresenta formações florestais e espécies consideradas típicas do bioma.

O atlas apresenta 11 tipos de cobertura vegetal na área de aplicação da Lei da Mata Atlântica (Lei Federal n° 11.428/2006). As frações em Goiás são descritas como “Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia)”, que, conforme a Embrapa, são formações florestais com porte médio de árvores em torno de 20 metros. Além disso, manifesta uma perda de folhas no período seco, enquanto que no período chuvoso é mais densa.

O monitoramento do desmatamento na Mata Atlântica existe desde 1989 e é realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que também alimenta bancos de dados sobre o que acontece no Cerrado, por meio do Prodes, e na Amazônia.

O Atlas, que leva a assinatura da Fundação SOS Mata Atlântica, chamou a atenção neste ano com o resultado apresentado para Goiás. Assim como todo o relatório, houve uma checagem da informação relativa a Goiás, conforme o diretor de conhecimento da ONG, Luis Fernando Guedes Pinto. “Subiu para mais de 100 hectares, mas é uma proporção muito pequena de desmatamento do bioma no Brasil. Ainda assim, foi um alerta”, frisa.

Em todo o Brasil, o aumento na perda de vegetação do bioma foi de 66%. Os relatórios de outra ONG, o MapBiomas, que faz análises de dados, têm apontado que mais de 90% dos desmatamentos da Mata Atlântica apresentam indícios de ilegalidade.


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