Justiça bloqueia R$ 2,1 milhões de médico que acorrentou homem negro em Goiás

A Justiça de Goiás bloqueou R$ 2,1 milhões do médico Márcio Antônio Souza Junior, denunciado por racismo, na Cidade de Goiás. Em fevereiro deste ano, Márcio acorrentou um funcionário negro e gravou um vídeo ‘de brincadeira’, onde fazia menção a uma situação análoga à escravidão. O pedido do bloqueio dos bens de Márcio foi feito pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) antes mesmo do oferecimento da denúncia.

O documento solicitava o bloqueio de sete imóveis do médico na cidade de Goiás – três urbanos e quatro rurais. De acordo com o promotor Leonardo Seixlack Silva, o intuito foi de assegurar o cumprimento de sanções penais e a indenização por danos coletivos, caso ele venha a ser condenado, diante do risco de blindagem patrimonial.

Na gravação que o médico publicou em seu perfil no Instagram e rapidamente viralizou, ele diz: "Aí, ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala. Vai tentar fugir, vai? Pode ir embora", acrescenta o médico, entre risadas. Com a repercussão, Junior apagou o vídeo e, dias depois, fez um pedido de desculpas e disse estar vivendo um momento de “despertar de consciência”.

“Fui pego de surpresa com a repercussão de algo que eu achava que era só uma brincadeira. Uma brincadeira que hoje eu entendo que é sem graça, idiota, irresponsável e muito infeliz. Que nunca, jamais deveria ser feita”, disse em outro vídeo publicado nas redes sociais.

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