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Goiânia, 29/05/24
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Órgãos de Wictor Fonseca, que morreu após acidente na T-19, beneficiarão cinco pessoas em Goiás

Goiás tem 1,5 mil pessoas na fila para transplante de órgãos

12/05/2022, às 11:33 · Por Redação

A fila de espera para doação de órgãos em Goiás é de 1.552 pessoas, conforme levantamento do jornal O Popular divulgado nesta quinta-feira, 12. A recusa em autorizar a doação subiu de 62%, no ano passado, para 69% no primeiro trimestre deste ano. No País, cerca de 50 mil aguardam por um procedimento.

Os números são no contexto da decisão da família pela doação dos órgãos de Wictor Fonseca Rodrigues, jovem estudante de 20 anos que faleceu terça-feira, 10, vítima de um acidente na Avenida T-9, em Goiânia.

No momento em que a família recebe a notícia sobre o falecimento e é informada quanto à possibilidade de transplante, é necessário que haja o consentimento formal familiar. Esse ato, conforme relata a gerente de transplantes da SES, Katiúscia Freitas, tem sido cada vez menos frequentes.

 A pandemia de Covid-19 impactou na redução dos procedimentos. Em alguns casos, como o transplante de córneas, as cirurgias ficaram suspensas por seis meses, por não serem consideradas de urgência. Com isso, houve uma queda abrupta dos números, que ainda não se recuperaram.

Enquanto em 2019 foram transplantados 842 órgãos ou tecidos, em 2020 o total ficou em 571, uma queda de 32%. No ano passado houve uma recuperação tímida, totalizando 642. Até o mês de abril deste ano foram 148, uma média de 37 por mês, contra 70 mensais registrados em 2019.

Bondade em vida

O pai de Wictor, o administrador Cleuber Lima, disse ao O Popular que a decisão pela doação dos órgãos teve influência direta de quem foi o filho em vida. “Sempre muito disposto a ajudar a todos, humildade, não fazia distinção de pessoas”, cita o pai, dentre várias outras características.

“Quando me falaram da opção de doar os órgãos a única coisa que passou pela cabeça foi de que fazendo isso meu filho vai continuar ajudando as pessoas”, diz o pai sob forte emoção. “E por pensar nos outros pais que poderão ter seus filhos vivos”, acrescenta.

Na relação com a família, Wictor trazia exemplos de educação, amor e obediência. O pai conta que pessoalmente sempre foi ouvido pelo filho, que será lembrado como muito carinhoso. “Me ouvia bastante. Era o meu companheiro, meu tudo. Era o meu mundo e tenho certeza que eu era o dele também”, descreve.

 O jovem chegou a ficar internado após o acidente registrado na madrugada de sábado, 7, na Avenida T-9, no Jardim América, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo de Wictor começou a ser velado na noite desta quarta-feira, 11, na Pax Universal, na Avenida Castelo Branco, Setor Coimbra, em Goiânia.


Acidente Doação de órgãos
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