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Cooperação Alemã apoia a UFG com fundos no valor de mais de R$ 3,7 milhões para desenvolver estudos sobre transformação de hidrogênio verde em combustíveis alternativos sem impactos climático

UFG realiza pesquisa em petróleo sintético e combustíveis sustentáveis

16/04/2022, às 08:10 · Por Redação

A Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ), e a Universidade Federal de Goiás (UFG), com o apoio da Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (RTVE), deram início a uma parceria que vai garantir a promoção de conhecimentos sobre combustíveis alternativos voltados à redução das emissões de gases do efeito estufa. A ideia é investir em estudos no Centro-Oeste do país sobre a produção de petróleo sintético.

Ao longo de dois anos, a UFG vai contar com um aporte de 760 mil euros (equivalente a R$ 3,7 milhões) destinados ao fomento de estudos experimentais e pesquisas científicas que servirão de base para a produção de óleo sintético cru a partir do hidrogênio verde e syngas (conhecido também como gás de síntese), insumo que será gerado pela transformação de resíduos orgânicos em gás. Estão previstas, ainda, a realização de análises e a simulação de processos sobre a conversão em hidrogênio verde de excedentes gerados pela agricultura e indústria.

O investimento será aplicado também na melhoria da infraestrutura de pesquisa da instituição em Goiânia, com a instalação de equipamentos e recursos científicos, e no treinamento de multiplicadores. Os recursos provenientes da parceria serão administrados pela Fundação RTVE, entidade de apoio à UFG. “Por meio desse projeto, a Universidade vai receber o que existe de mais moderno para as pesquisas sobre combustíveis renováveis”, afirma a professora Silvana Coleta, diretora-executiva da Fundação RTVE.

Um dos impactos esperados com a parceria é a transferência e disseminação de conhecimentos voltados para a descarbonização da indústria, com destaque para a geração de combustíveis alternativos sem impactos climáticos no setor de transporte aeroviário. Espera-se, ainda, a inclusão da temática do hidrogênio verde na grade curricular de universidades e outras instituições de ensino.

“A subvenção promoverá o desenvolvimento tecnológico regional, agregando valor aos recursos locais renováveis – visto que o estado de Goiás tem uma das suas fortalezas na agricultura e pretende fazer uma gestão sustentável dos resíduos. O projeto fortalece também o treinamento de recursos humanos em tópicos de grande interesse hoje, como a captura de CO2, a produção de H2 verde renovável e a conversão de ambos com o objetivo principal de obter petróleo bruto e a produção final de combustível de aviação sustentável (SAF)”, diz o diretor da GIZ, Markus Francke.

O escopo da iniciativa prevê que o Instituto de Química (IQ) da UFG trabalhe com técnicas que permitam a utilização de biomassa renovável, material abundante no estado, para a produção de crude. Esta é uma substância que pode ser refinada para a produção de gasolina, querosene (QAV), diesel ou gás, a depender das composições moleculares presentes na mesma.

O coordenador do projeto, o engenheiro químico Christian Alonso, disse ao jornal O Popular que o processo envolve o uso de catalisadores de cobalto ou de ferro e um reator, onde o hidrogênio (H2) verde e o monóxido de carbono (CO) provenientes de uma fonte orgânica de biomassa renovável são convertidos no crude. “A partir desta mistura na presença do catalisador, sob pressão e temperatura adequadas, a gente reconstrói as moléculas obtendo toda a distribuição de tamanhos de cadeia de carbono no crude”, explica.

A iniciativa integra os esforços empreendidos pelos governos da Alemanha e do Brasil na produção de alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis. No âmbito de projetos como o H2Brasil, em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME), e o projeto Combustíveis Alternativos sem Impactos Climáticos (ProQR), coordenado em conjunto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a cooperação técnica entre os dois países trabalha pela geração de conhecimentos e pelo aprimoramento de tecnologias que possam promover uma indústria livre de carbono.


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