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Paralisação da Santa Casa de Goiânia tem intuito de alertar a população e o poder público quanto ao risco de fechamento definitivo da unidade de saúde

Santa Casa de Goiânia suspende atendimentos eletivos e ameaça greve

14/04/2022, às 14:14 · Por Redação

A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia vai suspender os atendimentos eletivos na próxima terça-feira, 19. A paralisação faz parte de uma ação que pode evoluir para uma greve nacional e que tem por objetivo alertar quanto ao risco do fechamento por definitivo dos hospitais. Segundo a superintendente-geral da Santa Casa em Goiânia, Irani Ribeiro de Moura, a unidade recebe do Sistema Único de Saúde (SUS) R$ 6,23 por uma consulta médica, o que não cobre os custos de assistência prestada ao paciente.

“Essa foi uma forma encontrada para mostrar à sociedade e ao poder público que as Santas Casas enfrentam uma das piores crises e que, se nada for feito, a suspensão da assistência poderá ser definitiva, por total falta de condições de funcionamento dos hospitais. Somos responsáveis por 70% do atendimento do SUS na capital e em contrapartida, a Santa Casa recebe do SUS R$ 6,23 por uma consulta médica.  Arredondamos esse valor para R$ 10 para pagar os médicos, mas continua irrisório por uma consulta com especialistas”, explicou Irani ao Mais Goiás.

O aumento no preço dos medicamentos também colaborou com a crise da Santa Casa. Segundo a superintende, medicamentos antes adquiridos por R$19,90, hoje são comercializados a R$245.  Outro fator relevante, foram os atrasos nos repasses de pagamentos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que demoram mais de 100 dias para transferir os valores.

“Para arcar com as contas mensais, o hospital realiza empréstimos, o que só aumenta o endividamento da unidade. E todos os casos cirúrgicos que chegam judicializados à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia são encaminhados à Santa Casa, sendo que nem todos temos condições de atender", ressalta a superintendente.

Brasília
Além da paralisação no dia 19, haverá uma manifestação em Brasília no dia 26 de abril com a intenção de alertar sobre a crise e os impactos da aprovação do PL 2564/20, que tramita na Câmara Federal e fixa os pisos salariais dos profissionais de enfermagem. “É preciso rever a tabela do SUS e é preciso também mais investimento por parte dos governos”, afirma Irani.


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