Poder Goiás
Goiânia, 29/05/24
Matérias
Reprodução

Senador Jorge Kajuru (Podemos) assinou requerimento para instalação de CPI do MEC

Vanderlan Cardoso e Luiz do Carmo são contra CPI do MEC

12/04/2022, às 23:58 · Por Redação

Sob pressão do governo, o requerimento para criar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Ministério da Educação (MEC) no Senado não vai contar com o apoio de Vanderlan Cardoso (PSD) e Luiz do Carmo (PSC). Jorge Kajuru (Podemos) assinou o requerimento de abertura.

A iniciativa, no entanto, segue perdendo assinaturas. Agora, tem o apoio de 24 senadores. São necessários 27 para dar prosseguimento à investigação, endossada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); Luiz do Carmo (PSC) e Vanderlan Cardoso (PSD) consideram a proposta eleitoreira.

Ele chegou a anunciar na sexta-feira, 8, que já havia alcançado o número mínimo de subscrições. Porém, durante o fim de semana, a quantidade foi reduzida em três, uma vez que os senadores Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Styvenson Valentim (Podemos-AC) e Weverton Rocha (PDT-MA) retiraram seu apoio.

 Randolfe chegou a atribuir o recuo dos três parlamentares a uma “força-tarefa” coordenada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, a fim de barrar a comissão. Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam que a CPI tem potencial para prejudicá-lo em ano eleitoral.

 Bolsonaro foi diretamente ligado às suspeitas de corrupção no MEC em 21 de março, quando o jornal Folha de S. Paulo revelou áudio em que o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz que sua “prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, afirma Ribeiro em outro trecho do áudio.

A referência é ao pastor Gilmar Santos, que preside igreja de denominação evangélica com sede em Goiânia, e está no centro das denúncias que envolvem também o pastor Arilton Moura. Apesar de não ter cargos no governo, os dois participaram de várias reuniões com autoridades nos últimos anos e prefeitos relatam terem recebido pedidos de propina para ajudar na liberação de recursos do MEC. Ribeiro deixou o MEC uma semana depois da divulgação do áudio.

As pressões do governo para barrar a CPI teriam como base as chamadas emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, que levam esse nome porque é uma modalidade de emendas em que parlamentares indicam o uso de recursos dos ministérios sem critérios claros sem divulgação de quem fez as indicações.


CPI MEC Educação Governo Federal Jair Bolsonaro
P U B L I C I D A D E