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Salviano Conceição, Osanir Batista da Silva (Jacaré), Antonio Fernandes da Cunha (Chico Kalunga) e Alan Pereira Soares

PMs acusados de matar 4 em Cavalcante foram presos após coagir testemunhas

15/03/2022, às 10:44 · Por Redação

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) aponta que a decretação da prisão preventiva dos sete policiais militares, acusados de matar quatro pessoas já rendidas durante abordagem em uma chácara em Cavalcante no dia 20 de janeiro, foi por eles estarem supostamente indo atrás de parentes e amigos de testemunhas do caso.

Segundo o jornal O Popular, viaturas teriam feito rondas em locais onde a mulher de uma das vítimas poderia ser encontrada. Na última sexta-feira, 11, os policiais foram denunciados pelo MP-GO por homicídio qualificado “mediante recurso que dificultou a defesa dos ofendidos”, seguindo a mesma linha defendida pela Polícia Civil que os indiciou pelo mesmo crime uma semana antes.

Os promotores que assinam o pedido afirmam quem os policiais efetuaram “inúmeros disparos de armas de fogo de calibres de alta energia quando as vítimas já se encontravam subjugadas”. Na ocasião foram mortos o dono da chácara, Salviano Souza Conceição, de 63 anos, seu vizinho Ozanir Batista da Silva, o Jacaré, de 46, e os amigos Alan Pereira Soares, de 28, e Antônio Fernandes da Cunha, o Chico Calunga, de 35.Os policiais alegam ter destruído 500 pés de maconha, mas no local só teriam cinco pés. 

 O MP-GO apurou que quatro dos sete policiais denunciados estiveram nas casas de uma amiga onde a irmã da testemunha residia, de uma prima, de uma tia e na de uma ex-sogra, perguntando sobre as duas, sobre o paradeiros delas e dizendo que era com o intuito de notifica-las para prestar depoimento no inquérito aberto pela própria Polícia Militar (IPM), em paralelo ao que estava tramitando na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).

“A testemunha citada ainda disse que os aludidos policiais militares estão exercendo constantes rondas nas proximidades dos locais que pensam poder encontrá-la”, informaram os promotores. Na mesma época foi feita uma recomendação pelo MP-GO à Polícia Militar para que a corporação não levasse adiante a condução coercitiva de testemunhas para a oitiva dentro do IPM aberto, “e nem as intimidasse ou coagisse de qualquer forma”.

Segundo os promotores, não há “qualquer hipótese de autorização legal” para encaminhar coercitivamente testemunhas civis para oitivas em procedimento investigativo de natureza militar.


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