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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Karla Boughoff/Cuca da UNE

O goiano Iago Montalvão chega à presidência da UNE depois de três gestões femininas consecutivas: Vic Barros, Carina Vitral e Marianna Dias

Com 70% dos votos, o novo presidente da UNE é o goiano Iago Montalvão

17/07/2019, às 07:01 · Por Eduardo Horacio

O goiano Iago Montalvão é o novo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele tem 26 anos e estuda Economia na USP em São Paulo. Foi eleito no 57º Congresso da UNE que terminou neste domingo, 14, em Brasília com 4053 votos, 70% do total, pela chapa Tsunami da Educação, liderada pela União Juventude Socialista (UJS), historicamente ligada ao PC do B, que elege todos os presidentes da entidade desde o início dos anos 90.

No discurso da vitório, Iago destacou dois goianos ex-presidentes da UNE que sempre o inspiraram na organização: ‘’Aldo Arantes que defendeu a democracia da década de 1960, as reformas de base, a reforma universitária, e Honestino Guimarães, presidente da entidade em um dos nossos piores momentos, sendo perseguido e assassinado em 1972”.

Desde o grêmio estudantil do Colégio Aplicação (hoje, Cepae - Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação), escola pública da Universidade Federal de Goiás em Goiânia, onde cumpriu toda sua formação escolar, Iago sempre esteve na militância.“Eu sempre fui muito agitado, sempre quis participar de tudo, procurando sempre algo para fazer, quando eu estou parado eu me sinto incomodado”.

Cotista de escola pública na UFG onde cursou 3 anos de história, cotista na USP atualmente, ele reconhece a oportunidade de estudar nas melhores universidades do país como fruto de uma luta do movimento estudantil. E reconhece: “eu sei que sou um privilegiado, para quem é de Goiás nunca foi um horizonte estudar na USP. A minha luta é para que todo estudante possa ter acesso a um ensino de qualidade assim como eu tive”.

Iago acredita que cresceu no movimento estudantil como um bom executor de tarefas e no diálogo. A presidência da UNE, ele afirma que nunca foi um objetivo, mas sim mais uma tarefa que lhe foi confiada por um coletivo “não foi uma ambição, foi uma missão que aceito com a melhor dedicação possível”.

E completa: “Eu sempre fui disciplinado e muito dedicado a cumprir com os meus deveres, mas sobretudo sempre fui muito convencido. Acho que quando você se convence de que algo é importante você tem toda a disposição do mundo de fazer o que é necessário, e eu sempre tive”.

Iago chega à presidência depois de três gestões femininas consecutivas de Vic Barros, Carina Vitral e Marianna Dias. “Foram grandes mulheres e fizeram grandes gestões, espero estar à altura.  Só aumenta a minha responsabilidade que é de não só fazer a luta cotidiana, mas também entender qual é a importância dessa representatividade, reconhecer esse processo e ser um soldado nessa luta, ouvindo as pessoas excluídas historicamente dos espaços de poder”.

Para o novo presidente da UNE, a entidade de 82 anos tem todos os mecanismos e pedigree para engajar e organizar uma resistência na sociedade por meio da pauta da educação.

“Mostramos isso nos dias 15 e 30 de maio. As manifestações que paralisaram todos os Estados do Brasil só aconteceram porque na véspera diversas assembleias estudantis planejaram os atos em universidades de todo o País. A defesa da educação é uma pauta que reverbera na sociedade e é com organização que vamos mudar os rumos dos retrocessos”.


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