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No mês de janeiro a quantidade de pessoas que infartaram e morreram passou de 198 em 2020 para 327 no mesmo mês deste ano

Crescem infartos em Goiás

28/02/2022, às 13:02 · Por Redação

Janeiro foi o mês mais mortal de Goiás quando se considera o primeiro mês de cada ano de toda a última década. Entre as causas registradas pelos cartórios, como mostra o jornal O Popular, os males cardíacos foram os que tiveram maior crescimento porcentual.


Em números oficiais e nos relatos de médicos cardiologistas, a constatação é de que o goiano está cuidando menos da saúde do coração. Enquanto os exames como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (Mapa) teve redução de 35% entre 2019 e 2020 na rede pública, o número de óbitos por infartos e causas cardiovasculares não especificadas tiveram aumento de 15,46%.


Os dados sobre acompanhamento médico são do Ministério da Saúde. Já os registros de óbitos são dos cartórios. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) indica números diferentes de incidência de infarto, com margens mais próximas entre os anos, mas também com recorde de casos neste ano.


A superintendente de Vigilância em Saúde da SES diz que com os números atuais, o Estado não observa aumento expressivo. “Temos de analisar uma série de no mínimo dez anos para ver se foi significativa ou não”, afirma Flúvia Amorim.


O médico cardiologista Aguinaldo Freitas Jr. diz que vê no dia a dia a menor adesão de pacientes ao acompanhamento de rotina. Ele, é chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da UFG, diz que a  redução dos acompanhamentos médicos se deu, inicialmente, pelo medo das pessoas de irem para hospitais durante a pandemia da Covid-19.


“Deixaram de controlar suas comorbidades, de fazer o check up. O reflexo a gente veio notar já no fim de 2020”, relata o cardiologista. Entre as percepções, Freitas Jr. cita ter notado aumento de mortes súbitas de pacientes em casa, assim como uma maior incidência de enfarte. “O paciente, mesmo sentindo que alguma coisa está errada, está postergando a ida ao hospital”, aponta o médico.


As mortes em razão de doenças cardiovasculares sempre foram as que mais mataram no Brasil, lembra a médica cardiologista Kecia Amorim. Diante da crise de saúde pública em razão da Covid-19, porém, o cenário ficou ainda mais agravado, destaca a especialista. Pelos registros civis, as mortes por enfarte saíram de 198 em janeiro de 2020 para 236 em 2021 e alcançaram 327 no mesmo mês de 2022. Pelo acompanhamento da SES foram, respectivamente: 210, 222 e 250.


Consultados, cardiologistas relatam que a infecção pela Covid-19 tem potencial para causar ou agravar doenças cardíacas, o que também poderia explicar a maior incidência de óbitos por essas doenças. A médica Kecia Amorim classifica a infecção pelo coronavírus como uma “tempestade inflamatória”. A especialista diz que esse fenômeno causa lesões endoteliais, fator que está relacionado ao início de doenças cardiovasculares.



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