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Decisão atende um requerimento do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que pediu a reclusão dos militares envolvidos

Justiça determina prisão de policiais envolvidos na morte de 4 pessoas em Cavalcante, em Goiás

26/02/2022, às 10:00 · Por Redação

A justiça determinou a prisão preventiva de sete policiais militares suspeitos de matarem quatro pessoas durante uma operação em uma fazenda localizada entre os municípios de Cavalcante e Colinas do Sul, no dia 20 de janeiro deste ano. A decisão atendeu a um requerimento do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Conforme o documento, o pedido de reclusão foi para os sargentos Aguimar Prado de Morais e Mivaldo José Toledo, os cabos Jean Roberto Carneiro dos Santos e Luís César Mascarenhas Rodrigues, além dos soldados Welborney Kristiano Lopes dos Santos, Eustáquio Henrique do Nascimento e Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida.

De acordo com o registro da PM, os militares receberam uma denúncia anônima de que haveria uma plantação de maconha no local. Ainda de acordo com a versão dos policiais, eles foram recebidos a tiros, revidaram e quatro pessoas morreram no confronto. O MP-GO argumenta que a narrativa dos militares não bate com as provas documentais, periciais e testemunhais que estão no inquérito policial da Polícia Civil.

De acordo com o órgão, os PMs disseram que foram efetuados 58 disparos, mas a perícia feita no local encontrou apenas 5 estojos de munição. Outro ponto questionado pelo MP foi que os policiais pontuaram que uma grande plantação de maconha foi encontrada na fazenda (cerca de 2 mil pés na primeira informação e depois 500 ou 600 em uma correção), mas que na área onde ocorreu a ação, de 4 metros quadrados, foram encontradas 11 espécies de plantas, das quais 4 eram de maconha.

Por fim, o órgão ressaltou que fez uma investigação própria e que recolheu depoimentos de testemunhas que afirmam ter sido intimidados e ameaçados por policiais envolvidos na ação. Para o MP, essa situação caracteriza “a necessidade da prisão preventiva para garantir a normal instrução criminal, bem como para resguardar a integridade física e psicológica das testemunhas”.

Os mortos na operação foram Ozanir Batista da Silva, de 46 anos, conhecido como Niro ou Jacaré; Chico Kalunga, que não teve o nome completo divulgado; Salviano Souza Conceição, de 63 anos, e Alan Pereira Soares, de 27. Segundo a Polícia Civil, nenhum deles tinha passagem criminal.

Afastamento
No dia 25 de janeiro, a PM informou que afastou os militares. Por meio de nota, a corporação afirmou que, assim que tomou conhecimento do fato, determinou a instauração de um inquérito policial militar e o imediato afastamento de todos os policiais envolvidos no ocorrido das atividades operacionais. “A Polícia Militar não coaduna com desvio de conduta, esclarece que todas as providências cabíveis estão sendo tomadas e que o caso será apurado com o rigor devido”, diz trecho.



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