Análise: RealTime Big data confirma favoritismo de Ronaldo Caiado à reeleição

Os números da pesquisa RealTime Big Data, encomendada e divulgada pela TV Record, evidenciam que o ano começa como terminou na política goiana: o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é o grande favorito a conquistar a reeleição em outubro. Ele lidera todas as simulações da pesquisa com larga vantagem sobre os potenciais adversários.

Além de liderar cinco cenários da pesquisa estimulada e o levantamento espontâneo, Ronaldo Caiado também ostenta bons números de aprovação após três anos de gestão. A administração é aprovada por 65% dos goianos, sendo que 50% avaliam como “ótima” ou “boa”.

Não bastasse a aprovação consolidada e os bons índices de intenção de voto, o governador inicia o ano em ritmo acelerado, entregando obras e serviços e ampliando a rede de proteção social à população mais vulnerável do Estado. Somente nos últimos dias, Caiado inaugurou um hospital de grande porte em Goiânia, iniciou a entrega de moradias a custo zero no interior e concedeu o piso salarial nacional para os professores da rede estadual.

A favor da reeleição de Caiado pensa ainda o potencial de formação de chapa com uma ampla aliança liderada por União Brasil e MDB. Caiado terá ao seu lado um grande número de prefeitos e vereadores, além do maior número de candidatos a deputado estadual e federal. Essa máquina gigante de campanha tradicionalmente tem grande peso em Goiás.

Oposição
Os dois principais opositores do governador Ronaldo Caiado ostentam números interessantes na Pesquisa Real Time Big Data, mas têm desafios a ultrapassar. Empatados em segundo lugar no levantamento, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o atual prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (ainda sem partido), enfrentam obstáculos distintos.

Muitos se surpreenderam com o desempenho do ex-governador Marconi Perillo na pesquisa Serpes, divulgada no mês passado. A Real Time Big Data confirma o potencial eleitoral do tucano. Porém, os dois levantamentos também cravam que o ex-governador segue sendo muito rejeitado, embora menos do que há dois anos.

Um dos políticos mais conhecidos de Goiás e com quatro mandatos de governador, Marconi Perillo obviamente não está nada enterrado eleitoralmente. Sua caminhada, entretanto, é difícil. Terá de dar ainda muitas explicações sobre o descompasso financeiro de sua última gestão e, principalmente, dos muitos escândalos que culminaram em diversas operações policiais e até mesmo na sua prisão. Numa eleição majoritária não há como fugir desse debate.

Se o passado tem potencial de atormentar Marconi, Gustavo Mendanha lida com questões pontuais, do presente. Reeleito com votação recorde em Aparecida de Goiânia, o prefeito é muito bem avaliado em toda a região metropolitana, mas terá de deixar um segundo mandato com apenas um ano e três meses para se candidatar ao governo. Não é simples explicar isso ao eleitor.

O maior problema de Mendanha, porém, é a formação de uma chapa competitiva. Por opção, o prefeito não quis se aproximar dos partidos progressistas, que poderiam acolher sua candidatura com uma boa estrutura eleitoral e até com o palanque presidencial de Lula (bom para Wolmir Amado, do PT, que vai poder ter esse palanque e aparece bem na pesquisa RealTime Big Data). Mas o nó é que ele também não é bem-vindo entre os bolsonaristas. A negociação para se filiar ao PL e bancar um palanque para Bolsonaro em Goiás por ora não é bem sucedida.

Nesta altura, restam poucas opções a Gustavo Mendanha e todas lhe impõem restrições de estrutura de campanha. O Patriota é hoje o favorito para receber a filiação do prefeito. O provável marqueteiro Jorcelino Braga é outro trunfo de Mendanha. Mas seu bom potencial de votos pode facilmente ser tragado em uma campanha desestruturada, sem uma coligação que lhe garanta tempo de televisão, apoio financeiro e uma chapa competitiva de candidatos proporcionais.

Por fim, vale ressaltar que a eleição em Goiás, como aponta o Real Time Big Data, é um jogo com favorito destacado, mas está longe de ser um ‘jogo jogado’. 

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