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Goiânia, 29/05/24
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Na última disputa ao governo, em 2018, o partido registrou a menor votação de sua história na disputa pelo governo

Carta de Iris conclama líderes do MDB a reflexão interna - e não apenas Daniel Vilela

12/07/2019, às 01:02 · Por Eduardo Horacio

Ao fazer um apelo público ao presidente do diretório estadual do MDB, Daniel Vilela, para passar uma borracha no processo de expulsão de dissidentes do partido, o prefeito Iris Rezende não está atuando em favor de um grupo ou no enfraquecimento de outro. O líder emedebista está, na verdade, convidado o partido a uma grande reflexão interna, como o próprio teor da carta deixa claro. Iris sugere que o MDB reveja ações, se reposicione e mantenha relevância em Goiás.  

Mesmo na oposição desde 1999, o MDB resistiu por anos e manteve importante protagonismo em Goiás. Lideranças como o ex-governador Maguito Vilela, o prefeito de Catalão Adib Elias, e principalmente o próprio Iris, foram fundamentais para que o MDB não desaparecesse diante da força política dos quatro mandatos de Marconi Perillo, que desabrigou o partido do poder estadual.

Nos últimos anos, porém, o MDB perdeu drasticamente espaço junto ao eleitorado goiano. Na última disputa ao governo, em 2018, o partido registrou a menor votação de sua história na disputa pelo governo – Daniel Vilela obteve 479,180 mil votos, 16,1% dos  válidos – e sequer elegeu um único deputado federal, pela primeira vez em sua história. 

O partido tem também a mais reduzida bancada na Assembleia Legislativa (com apenas três parlamentares) e o menor número de prefeitos desde a redemocratização.

Reposicionamento
Certamente é por enxergar um partido cada vez menor e distante dos anseios da população goiana que Iris conclama o partido a uma reflexão. O ‘perdão’ pedido pelo emedebista é de lado a lado. Do comando da legenda aos dissidentes e deles com a direção do partido – enfim, um amplo entendimento.

Se tiver capacidade de ouvir o apelo de um dos mais relevantes líderes políticos do Estado, o MDB poderá se dar a chance de uma reconstrução. Unido e somente unido, o partido poderá se reconectar com as ruas, com as necessidades da população e voltar a ser uma opção segura.

Para isso, Daniel Vilela, Adib Elias, Paulo do Vale, Ernesto Roller e outros terão de ter capacidade de voltar a sentar à mesma mesa, superando ressentimentos. Nela, discutir os muitos erros (e poucos acertos) dos últimos anos. Criar uma agenda estadual e posicionar-se sobre temas caros à população e, de forma urgente, começar a construir a participação do partido próxima eleição.


Iris Rezende Daniel Vilela MDB
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