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Goiânia, 29/05/24
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Presidente da Câmara, Andre Fortaleza, que é contra a política de cotas de gênero, reclamou de uma postagem da vereadora Camila Rosa, que defendia a ocupação de cargos políticos por mulheres

Vereadora de Aparecida tem microfone cortado por defender cota de gênero

03/02/2022, às 11:19 · Por Redação

A vereadora Camila Rosa (PSD) teve o microfone cortado pelo presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB), em meio a discussão sobre as cotas de gênero nas eleições proporcionais. Os ânimos se exaltaram e, sem deixar a parlamentar responder, o vereador pediu respeito por ser presidente e cortou sua fala.

Abalada, Camila chorou durante a sessão, realizada na manhã desta quarta-feira (2/1). A parlamentar é a única mulher na Câmara de Aparecida, depois que Valéria Pettersen (MDB), que se licenciou para ocupar cargo na Prefeitura de Goiânia.

O problema começou na terça-feira (1º), quando André discursou contra as cotas de gênero e disse que é preciso para com vantagenzinhas. “Eu sou contra cotas, pra mim tinha que acabar com tudo”, revelou.

No fim da sessão, então, Camila pediu a palavra e discursou pela ocupação de mais cargos políticos por mulheres. "O esforço para que mais mulheres ocupem lugar na política é uma pauta mundial e vemos também que quanto mais os países são evoluídos”, pontuou a parlamentar.

A vereadora então fez um publicação em suas redes sociais e comentou o ocorrido. Porém, já em plenário, o André Fortaleza decidiu rebater a postagem."Eu não sou contra a classe feminina, eu sou contra cota, eu sou contra oportunismo, ilusionismo e, por mim, não adianta, pode ser mulher, pode ser homem, pode ser homossexual", falou.

Os dois começaram a debater e os ânimos se exaltaram, enquanto a vereadora pedia respeito. André rebateu alegando que a parlamentar teria faltado respeito com ele ao dizer que a carapuça lhe serviu e mandou cortar o microfone de Camila.

O vereador continuou falando, enquanto Camila tentava se fazer ouvida, sem o direito ao microfone. André alegou que só devolveria a fala à parlamentar quando ela "o respeitasse". Quando finalmente o presidente deixou a vereadora falar, ela já estava chorando.

"É isso que fazem com as mulheres na política, é por isso que a gente precisa procurar os nossos direitos. O que eu disse foi justamente isso. Não é uma questão de querer correr atrás de cota, a política, desde a sua existência, vem de um espaço machista. É necessário que nos espaços de poder estejam mulheres, negros, índios e pessoas da comunidade LGBT, que representam essas classes que sofrem a dor do preconceito", disse Camila, visivelmente abalada.

Ao jornal O Popular, Andre Fortaleza disse que não foi autoritário e insistiu nos argumentos apresentados no plenário. "A vereadora começou a se exaltar e eu pedi pra ela me respeitar. Quando ela acalmou, eu retornei a fala para ela”, disse. 



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