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Pesquisa foi feita com alunos da UFG, UEG e IFG e teve em 2020 com a pandemia da Covid-19

Estudo avalia condições dos universitários após ensino remoto em Goiás

27/01/2022, às 17:32 · Por Redação

Falta de ambiente apropriado de estudos, de equipamentos e queda na renda familiar são alguns dos problemas vivenciados pelos estudantes do ensino superior goiano durante o ensino remoto emergencial que teve início em março de 2020 com a pandemia da Covid-19. Estas são constatações da pesquisa desenvolvida pelo Observatório do Estado Social Brasileiro e pelo Observatório do Mundo do Trabalho.

Os pesquisadores concluíram um relatório que oferece um retrato do Ensino Emergencial Remoto a partir das experiências universitárias no Instituto Federal de Goiás (IFG), na Universidade Federal de Goiás (UFG) e na Universidade Estadual de Goiás (UEG).

A pesquisa envolveu 7.602 alunos que responderam 49 questões sobre a caracterização domiciliar, passando pela renda e pelas avaliações quantitativas e qualitativas das aulas síncronas e das atividades assíncronas. Os resultados confirmam as pesquisas recentes do IBGE, como a PNAD-Covid (2020) e a Síntese de Indicadores Sociais 2020 (IBGE, 2021).

Alguns dados se destacaram na pesquisa: o percentual de universitários que declararam conviver com idosos e/ou crianças que demandam cuidado foi de 43,55%. Desse total, 61,15% são mulheres, o que traduz a vulnerabilidade relacionada ao gênero. No Brasil, segundo a PNAD (2021), o rendimento domiciliar per capita foi de R$ 1.349,00, sendo R$1.381,00 para homens, R$ 1.318,00 para mulheres e, caso essa mulher viva em Goiás, a média reduz para R$ 1.204,00.

O rendimento reduz substancialmente quando a mulher é parda, negra e, principalmente, exerce trabalhos informais. As desigualdades de renda e gênero, portanto, foram acentuadas e atingiram os núcleos familiares dos discentes, determinando o desempenho acadêmico e escolar na modalidade de Ensino Remoto Emergencial.

Outros dados também se destacam: 40% compartilhava o espaço em que realizava as atividades do ensino remoto emergencial, 53% receberam auxílio emergencial do governo e 67% afirmaram ter redução salarial durante o período. Entre os que trabalham, 81% tiveram que trabalhar presencialmente durante esse período; 47% conviveram com pessoas no domicílio que tiveram Covid e 6% perderam familiares para a doença.

O estudo avaliou também o motivo para não abrir as câmeras durante as aulas. Segundo os dados, 25,4% dos discentes declararam não abrir as câmeras por não se sentirem confortáveis e/ou não possuir câmeras durante as aulas e outros 25,69% declararem raramente abrirem as câmeras. Além disso, 34% dos discentes declararam participar das aulas a partir do celular.


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