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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Divulgação

Nenzão ressalta ter abertura com Ronaldo Caiado e diz que frequenta a casa do governador quase toda semana

Ex-prefeito de Campinaçu some do mapa 30 dias após declarações sobre Wilder e Caiado

10/07/2019, às 02:09 · Por Eduardo Horacio

O ex-prefeito de Campinaçu Wellington Rodrigues, conhecido como Nenzão, foi a ausência mais notada na festa de aniversário do secretário de Indústria, Comércio e Serviços Wilder Morais (Pros), no sábado, 30 de junho – todos os anos o ex-senador comemora reunindo amigos, empresários e políticos em uma propriedade rural. Nenzão desapareceu também dos eventos do governador. Tudo por conta do vazamento de um áudio em que ele se vangloria de ter muita influência na gestão do governador Ronaldo Caiado (DEM) e ainda confessa atos questionáveis. Tudo gravado voluntariamente pelo próprio Nenzão.

As declarações do político, em entrevista a uma rádio comunitária de Campinaçu no dia 11 de junho, revelam despreparo. Além de enaltecer seu poder de articulação, que teria sido decisivo para a indicação de Lincoln Tejota (Pros) para ocupar vaga de vice na chapa de Caiado, Nenzão fez declarações comprometedoras. De acordo com ele, costurou acordo com o governador Ronaldo Caiado para cobrar porcentagem sobre pessoas que prestam serviços ao Estado.

 “Se eu fosse trabalhar no governo, seria um cargo de secretário, sobraria uns R$ 14 a R$ 15 mil. Não daria conta de pagar as minhas despesas. Então, o que eu fiz com o Ronaldo? Legalmente eu tenho porcentual sobre algumas pessoas que prestam serviços ao governo”, detalhou Nenzão, em referência ao suposto acordo com aval do governador. Ele afirmou ter criado empresa e que a cobrança é legítima.

Nenzão ressaltou ainda ter abertura com Ronaldo Caiado. Segundo ele, frequenta a casa do governador quase toda semana. “Se quiser que eu ligue agora para o governador, se demorar mais que três chamadas para ele atender o telefone...”, envaideceu-se.

Em outro trecho, o ex-prefeito detalhou que todos os cargos no Estado em Campinaçu foram indicados por ele e ressalta ter portas abertas no governo. “Não tem um secretário de governo do Ronaldo Caiado que não abre as portas para mim. Nunca marquei audiência para falar com um secretário. Eu chego, bato na porta ‘o Nenzão tá aí, manda entrar’”, resumiu.

Senado
As implicações da entrevista alcançam também Wilder Morais. Segundo Nenzão, o único cargo que se propôs a ocupar, devido ao alto salário, foi de assessor do então senador Wilder. “Trabalhei de empregado uma só vez no Senado. Por que trabalhei lá? Por que o Wilder me usava mais para cuidar das coisas dele. O meu salário era um dos maiores, ganhava R$ 25 mil livres por mês”, contou.  

As declarações tóxicas de Nenzão não tiveram grande consequência, até aqui. Foram abafadas. De qualquer forma, o ex-prefeito está afastado tanto dos eventos com a presença do governador Ronaldo Caiado quanto da agenda de Wilder Morais, pública e particular. Não se sabe, porém, se a “empresa” criada pelo ex-prefeito segue ativa.  


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