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Goiânia, 29/05/24
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Em 2019 a doença atingiu 20,3% dos adultos nas capitais e em 2020 o número cresceu para 21,5%

Goiânia têm menor índice de obesidade do país

19/01/2022, às 10:14 · Por Redação

A pesquisa Doenças Crônicas e Seus Fatores de Risco e Proteção: Tendências Recentes no Vigitel, realizada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), mostrou que Goiânia foi a capital com o menor índice de obesidade do Brasil. Em 2019 a doença atingiu 20,3% dos adultos nas capitais do País, mas em 2020 o número cresceu para 21,5% neste grupo, com maior prevalência nos Estados do Sul, Sudeste e Nordeste. No entanto, Goiânia foi a capital do país com o menor índice, de 14,8%. 

“Não podemos esquecer que a obesidade é a doença que mais mata no mundo. É uma doença crônica, multifatorial, inflamatória e extremamente ligada aos hábitos. Atendendo no Rio de Janeiro e Goiânia é bastante evidente que a forma com que as pessoas encaram o trabalho determina muito o estilo de vida que ela levará. Então, quando veio a pandemia e as pessoas foram obrigadas a ficarem isoladas e distantes de sua jornada de trabalho intensa, ficaram mais ansiosas e depressivas, sendo estes um dos principais fatores que interferem diretamente na obesidade”, explica o médico especialista em nutrologia, Lucas Augusto. 

No entanto, o índice nacional chega a quase o dobro do que foi registrado 14 anos antes, em 2006, quando só 11,8% da população brasileira era portadora desse tipo de comorbidade. O ano marca a primeira vez que foi realizado o levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) pelo Ministério da Saúde, de onde os dados do IEPS foram extraídos. Foram entrevistadas 27.077 pessoas nesta edição do estudo.

Beatriz Rache, mestre em Economia pela Universidade Columbia (EUA) e autora da pesquisa do IEPS, destaca ainda o aumento dos fatores de risco à saúde, como o consumo de ultraprocessados (biscoitos, chocolate, salsicha, margarina, entre outros), em praticamente todos os segmentos da pesquisa. Só o tabagismo se manteve estável em 2020 ante 2019.

Outro hábito que contribuiu pra o aumento de peso foi o crescimento do consumo de comida delivery, a maioria gordurosa, calóricas, fast-food várias vezes por semana. Aquelas pessoas que faziam pequenas caminhadas para ir trabalho passaram a ficar sentadas em casa, o que que também contribuiu para a piora.

“Com o aumento das lives e as maratonas de filmes e séries, a população começou a inserir bebidas alcoólicas e comidas de fácil preparo em seus hábitos diários. Então o que era esporádico tornou-se rotina e a falta de acompanhamento médico, psicológico e nutricional na pandemia fizeram os novos-obesos perderem o controle de suas vidas e entrarem num ciclo vicioso. No caso a ansiedade e depressão regiam seus dias já que o futuro era totalmente incerto”, explica o médico. 



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