Faeg critica propaganda de banco que sugere reduzir o consumo de carne

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Zé Mário Schreiner, se manifestou através de nota, publicada no site da federação, em oposição à propaganda de um banco que sugere a redução do consumo de carne. “O Banco Bradesco apresentou uma peça citando a atividade da pecuária repleta de dados que levam a população à desinformação”, divulgou.

A polêmica gira em torno de uma peça publicitária veiculada pela rede bancária sobre seu novo aplicativo que permite ao cliente calcular sua pegada de carbono, estrelado por três influenciadoras digitais. O vídeo acaba dando dicas de como ter hábitos mais sustentáveis.  Uma das sugestões dadas é reduzir o consumo de carne, com a dica de não comer carne uma vez por semana, como na prática conhecida como “Segunda Sem Carne”, optando por pratos vegetarianos.

A peça informa que a criação de gado contribui para a emissão de gases do efeito estufa. Na nota, Zé Mário classifica a publicidade como “desinformação” e ressalta que a pecuária no Brasil “é uma das que mais retém carbono, possuir uma das produções mais sustentáveis do mundo e que gera diversos empregos e renda, o Bradesco realizou um desserviço a todos que assistiram a referida peça”, opinou. 

Não foi apenas a Faeg e os produtores rurais goianos que reagiram negativamente ao vídeo. Também se manifestaram o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), entre outras entidades rurais.

Devido à repercussão, o Bradesco também se manifestou e se desculpou ao agronegócio brasileiro. No dia 24 de dezembro, o banco removeu a peça das suas redes e afirmou apoiar o agro “de forma plena” e buscou se distanciar da peça publicitária, afirmando lamentar o conteúdo que tem “uma posição descabida de influenciadores digitais em relação ao consumo de carne bovina”.

Porém, para Zé Mário, as desculpas não foram o bastante: “apesar das contínuas retratações por parte do Banco, esse tipo de atitude deve ser exemplarmente repudiada, pois o dano à imagem dos produtores não deve acontecer, já que são os produtores que debaixo de sol e chuva, se qualificam para produzir mais com o menor impacto ambiental possível”, salienta.

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