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90% de alunos da rede pública de Goiás entre 7 a 8 anos não leem

Dados mostram que 90% de alunos da rede pública de Goiás entre 7 a 8 anos não leem

18/12/2021, às 11:51 · Por Redação

Promovido em outubro pelo Programa de Alfabetização AlfaMais Goiás, um relatório da instituição mostra que 90,8% dos estudantes do segundo ano do ensino fundamental não sabem ler sequer palavras com duas sílabas, como gato e casa. Publicado na edição deste sábado (18/12) do jornal O Popular, o levantamento revela que 36.874 crianças entre 7 e 8 anos foram avaliadas, correspondendo a 49% do total de estudantes das turmas de segundo ano em Goiás.


Foi com bastante atenção que os gestores em Educação receberam o resultado do levantamento e apontam a pandemia provocada pela Covid-19 como consequência direta com as perdas que a área sofreu. Como revela a superintendente de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc), Giselle Faria, que conta que normalmente a maior parte das alunos do segundo ano já tem uma leitura razoável. “Na amostra, a cada dez palavras, os alunos conseguiram ler uma ou duas”, diz.


“Sabemos que em tempos normais eles não teriam uma leitura fluente, mas já conseguiriam identificar palavras e frases”, comenta, acrescentando que não seria tão ruim como mostra o levantamento do AlfaMais Goiás. “Esses são os alunos que foram alfabetizados na pandemia, por isso o resultado está tão alarmante. No teste, 66% das crianças foram identificadas como ‘pré-leitor’, quando o aluno não dispõe de condições para realizar a leitura oral e, quando faz, exige muito esforço.


Segundo o Programa de Alfabetização AlfaMais Goiás, a avaliação de fluência consiste na aferição da capacidade de os alunos lerem com velocidade e precisão, um número de palavras em um pequeno texto narrativo em tempo limitado, seguido de três perguntas de compreensão. “A influência é a ponte entre a decodificação e a compreensão de textos. Para uma leitura hábil, é fundamental consolidar e automatizar a descodificação para se avançar na compreensão de texto”, descreve o programa.


Rede privada

As perdas no ensino da rede privada também foram sentidas, conforme aponta a diretora do Colégio Marista de Goiânia, professora Darlei Dário. “Os níveis de prejuízos hoje observados estão ligados ao momento em que o estudante retomou as aulas presenciais, uma vez que na avaliação presencial a professora também pode fazer uma avaliação oral, comportamental, não somente avaliação de conteúdo”, destaca, acrescentando que a medida em que as crianças foram retornando, os professores puderam fazer uma avaliação e depois foi preciso fazer algo que a escola aprendeu com a pandemia, com uma escola individualizada.


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