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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Gustavo Moraes Mendes

A apresentação da proposta foi confirmada pela assessoria de Clécio Alves. Áudio vazado durante a transmissão da sessão ordinária mostra que Clécio Alves também articula uma “correção de subsídios”

Com respaldo constitucional, começa tramitar projeto que amplia vagas na Câmara de Goiânia

17/12/2021, às 14:58 · Por Eduardo Horacio

O vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Clécio Alves (MDB), apresentou uma proposta de emenda à Lei Orgânica do Município que estabelece o aumento de 35 para 39 o número de cadeiras no legislativo goianiense. Se for aprovada, a medida obrigatoriamente só entrará em vigor na próxima legislatura, após as eleições municipais de 2024.

A apresentação da proposta foi confirmada pela assessoria do emedebista. Em um áudio vazado durante a transmissão da sessão ordinária da última quinta-feira, 16, Clécio Alves também articula uma “correção de subsídios” dos vereadores para o próximo mandato. Nas últimas duas legislaturas, a Câmara Municipal não atualizou os salários do prefeito, vereadores e secretários municipais – que só pode ser feito de uma legislatura para outra.

Durante a sessão, Clécio Alves se dirigiu ao vereador Sargento Novandir (Republicanos). O emedebista mostra uma folha de papel e o colega questiona: “O que é isso?”. O vice-presidente responde: “Isso aqui aumenta para a próxima legislatura quatro cadeiras de vereador e corrige o subsídio de acordo com a Constituição Federal”. O áudio é cortado em seguida. Essa proposta, no entanto, não foi confirmada pela assessoria de Clécio Alves.

Constituição
Apesar de gerar alguma polêmica, as duas propostas do vereador Clécio Alves têm respaldo constitucional. A Constituição Federal estabelece que cidades com mais de 1,5 milhão de habitantes, como Goiânia, podem ter até 39 vereadores. A ampliação de vagas no Legislativo, porém, não pode ser feita no mesmo mandato em que a proposta for aprovada.

A Constituição também estabelece que, em municípios com mais de 500 mil habitantes, o subsídio dos parlamentares deve corresponder a 75% do subsídio dos deputados estaduais. Se a proposta de Clécio Alves prosperar, os vereadores e secretários municipais, que hoje recebem R$ 15,6 mil, passariam a receber R$ 18,9 mil. O salário de um deputado estadual em Goiás é de R$ 25,3 mil – valor em que seria fixado a remuneração do prefeito de Goiânia.

Impacto
De acordo com simulação do jornal O Popular, a criação de quatro novas vagas na Câmara Municipal de Goiânia deve gerar uma despesa anual de R$ 12,4 milhões. De acordo com o jornal, com base em números de 2019, cada vereador da Capital custa R$ 3,1 milhões por ano aos cofres públicos.

Em 2019, a Câmara de Goiânia declarou um total de despesas pagas de R$ 111,8 milhões. O custo por parlamentar foi elaborado dividindo esse total de gastos da Casa pelos 35 parlamentares – não apenas os gastos de cada gabinete, mas de todo o legislativo municipal.  

Atualmente, a Câmara Municipal recebe um repasse mensal de R$ 11.775.000,00, totalizando um duodécimo de R$ 141,3 milhões no ano e, em geral, devolve recursos ao Executivo. Portanto, a Casa hoje dispõe de recursos suficientes para suportar o aumento do número de quatro vagas de vereadores a partir de janeiro de 2025.


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