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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Arquivo de Família

Conforme a denúncia, durante a abordagem o rapaz informou aos policiais que tinha leucemia e suplicou para que as agressões fossem interrompidas, o que não ocorreu

MP-GO denuncia policiais que mataram rapaz com câncer nos ossos após abordagem violenta

08/12/2021, às 16:34 · Por Eduardo Horacio

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou os policiais militares Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior e Bruno Rafael da Silva pelo homicídio de Chris Wallace da Silva. O rapaz tinha câncer nos ossos e foi espancado por dois militares durante abordagem em 10 de novembro, no Residencial Fidélis, em Goiânia. 

De acordo com a denúncia do MP, foram usados cassetetes nas agressões, que atingiram corpo e cabeça da vítima, ocasionando a morte por traumatismo crânio encefálico grave. O Ministério Público manifestou-se favoravelmente à decretação da prisão preventiva dos dois policiais militares.

De acordo com os promotores de Justiça que assinam a denúncia, Geibson Rezende, Sebastião Marcos Martins, Felipe Oltramari, Luís Antônio Ribeiro Júnior e Sávio Fraga e Greco, a vítima caminhava na rua com um amigo, quando foram abordados pelos dois policiais, que solicitaram a documentação pessoal.

Após repreendê-los por estarem na rua naquela hora da noite (por volta de 19 horas), passaram a agredir violentamente Chris Wallace da Silva com chutes, tapas e inúmeros golpes de cassetete. Além disso, o empurraram contra um muro de concreto chapiscado com pedra.

Conforme a denúncia, durante a abordagem o rapaz informou aos policiais que tinha leucemia e suplicou para que as agressões fossem interrompidas, o que não ocorreu. Os ataques pararam somente quando Chris Wallace da Silva conseguiu se desvencilhar e sair correndo.

Ao chegar à casa em que morava, o rapaz começou a ter crise convulsiva e a vomitar sangue, sendo levado de ambulância para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde permaneceu inconsciente até o dia 16 de novembro, quando morreu.  

Os policiais foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima (artigo 121, parágrafo 2º, incisos I, III e IV), em delito cometido em concurso de pessoas (artigo 29) do Código Penal. 

Ao se manifestarem favoravelmente à decretação da prisão preventiva, os promotores de Justiça argumentaram a necessidade para a aplicação da lei penal, garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal, uma vez que trata-se de crime hediondo, cometido com crueldade e de forma fria e violenta.

Os promotores também afirmaram a necessidade de se cuidar da ordem pública e garantir a conveniência da instrução criminal, sobretudo por se tratar de crime doloso contra a vida, com testemunha ocular que reconheceu os denunciados como autores das agressões.


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