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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Jackson Rodrigues

Aos poucos, Ana Paula passou a agir como o pai, ouvindo e abraçando pessoas a cada mutirão ou inauguração de obra, atenciosa em resolver um pedido, uma ajuda

Ana Paula Rezende, a filha que dedicou 30 anos de vida integralmente ao pai

11/11/2021, às 17:02 · Por Eduardo Horacio

Nos últimos tempos quem buscasse informações sobre o estado de saúde de Iris Rezende se deparava com as cuidadosas postagens de Ana Paula Rezende, filha do ex-governador. Discreta e sempre muito gentil, a segunda filha do casal Iris dedicou-se integralmente ao pai por mais de 30 anos. Entre os milhares de apaixonados, o amor mais genuíno ao mais popular e carismático político da história de Goiás esteve sempre do seu lado.

Formada em direito, jamais exerceu a advocacia. A pedido do pai, Ana Paula dedicou-se às coisas dele e da família. Enquanto Iris ocupava-se com os destinos de Goiás e dos goianos, ela cuidava dele. Sempre dele. Seja da produção da soja, da compra e venda do gado, dos imóveis... Igualmente dedicada, a filha Adriana Rezende cuidava da roupa do pai, do terno ou da gravata. Ela também sempre olhava tudo.

Com o passar do tempo, Ana Paula também passou a colaborar com as campanhas do pai. Se ele decidisse disputar uma eleição, ela mudava imediatamente a rotina para empenhar-se àquela tarefa. Presente em reuniões, no marketing, nos desafios de gerenciar uma campanha eleitoral. Mas sempre com o olhar da filha. Numa maratona de visitas a cidades pelo interior, o cuidado principal era com a alimentação ou com o descanso do pai.  

A discrição fez com que Ana Paula fosse quase sempre uma presença anônima em meio às multidões que cercavam Iris nos eventos públicos. Nos últimos anos, no entanto, não ouvia mais uma crítica calada, como acostumou-se na juventude. Se falassem de seu pai de forma desrespeitosa, ela intervia, se apresentava e cobrava respeito. E conseguia.

Na última gestão de Iris em Goiânia, entre 2017 e 2020, Ana Paula decidiu que queria ver o pai governar de perto. E viu. E mais uma vez se desdobrou para ajudá-lo, para que ele tivesse as condições necessárias para tomar as decisões e obter os melhores resultados.

Ana Paula herdou de Iris diversos traços. Um dos principais, a delicadeza no trato com as pessoas, que também era marca registrada da avó Genoveva, mãe de Iris. Aos poucos, passou a agir como o pai, ouvindo e abraçando pessoas a cada mutirão ou inauguração de obra, atenciosa em resolver um pedido, uma ajuda. Questionada se poderia entrar para a política, sempre refutou. Estava ali unicamente pelo pai, por amor a ele.

Passou também a contar histórias. Do seu jeito, com sua visão, mas sempre relacionadas ao pai. Viu um homem reconhecer Iris durante uma viagem a Portugal – a mãe dele havia ganhado uma casa de Iris e, por isso, ter tido condições de criar os filhos. A gratidão expressa no encontro casual rendeu uma boa história para uma filha orgulhosa.

Em outra, Ana Paula conta que durante uma internação de Iris em Goiânia, uma enfermeira o acordou para entregar-lhe uma carta. Na hora, ela reclamou por tirar o descanso do pai convalescente. Após a mulher deixar o quarto, Iris cobrou que jamais a filha repetisse aquilo – poderia ter sido uma oportunidade única. E Ana ficou feliz com a bronca, ou melhor, com o exemplo.

Ana Paula via o pai quase todos os dias no escritório que ajudou a construir para que Iris tivesse um lugar para receber seus amigos, autoridades ou anônimos – sempre com café, bolo e o famoso pão de queijo. Nas viagens para a fazenda, ela também sempre o acompanhava. Gostavam de correr juntos. Gostavam de estar juntos.

No longo período da última internação de Iris, entre agosto e novembro, Ana Paula e Adriana cuidaram do pai integralmente e intensamente. Primeiro em Goiânia e, depois, durante dois meses em São Paulo. Adriana chegou a fechar seu consultório em Goiânia. Ana Paula sempre relatava os momentos de evolução e agravamento da saúde do pai. Religiosa, jamais perdeu as esperanças de ver o pai curado. E demonstrou sempre gratidão pelo amor das pessoas por ele.

Após o longo dia de homenagens ao pai, que acompanhou de perto durante todo o tempo, Ana Paula escreveu: “Só tenho a agradecer por sua vida, sua história e pelo privilégio de ser sua filha”. Uma história de amor incondicional. 


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