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A capacidade de diálogo e de aglutinação de Ronaldo Caiado foi mostrada logo no início do programa, quando o jornalista apresentou um breve retrospecto da ascensão do líder nascido em Anápolis

Em entrevista a Pedro Bial, Caiado prega diálogo como solução para desafios enfrentados pelo País

10/11/2021, às 20:00 · Por Eduardo Horacio

Convidado do programa Conversa com Bial, na TV Globo, na madrugada desta quarta-feira, 10, o governador Ronaldo Caiado destacou a importância do diálogo como solução para os desafios enfrentados pelo país. “O que eu prefiro é algo que traga credibilidade e tranquilidade. Você não pode governar tensionando. Governar é convergir”, afirmou o governador, indagado sobre as eleições presidenciais do próximo ano.

A capacidade de diálogo e de aglutinação de Ronaldo Caiado foi mostrada logo no início do programa, quando o jornalista apresentou um breve retrospecto da ascensão do líder nascido em Anápolis. “Tem um ditado francês que diz que o homem que se omite de fazer política, outro faz para por ele, só que contra ele”, assinalou Caiado, durante entrevista resgatada da década de 1980, quando liderou a criação da União Democrática Ruralista (UDR) e mostrou a importância de a classe produtora rural se posicionar no cenário nacional. 

Um dos temas abordados na entrevista foi a pandemia de Covid-19, com suas consequências sociais e econômicas. O governador de Goiás foi direto quando falou sobre suas discordâncias com o governo federal. “Não concordo com sua política de contestar o isolamento social e utilização de vacinas”, afirmou Caiado sobre o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse ainda acreditar que o número de mortos teria sido menor se o ex-ministro da Saúde, Henrique Mandeta, tivesse permanecido no cargo. 

“Apoio não é submissão, até porque tenho mais idade que o presidente”, ponderou o governador, que também condenou a disseminação do discurso dicotômico “vida versus economia.” “Mas ele [Bolsonaro] não se beneficiou, por criar polêmica com os governadores. Governar não é isso. É convergir, consolidar pontos que são definidores de sua gestão. Quando ele deixa que extremos prevaleçam, não percebe que a sociedade não quer isso mais”, argumentou Caiado.

Terceira via
Ao exibir momentos da primeira campanha presidencial pós ditadura militar, em 1989, em que Caiado se apresentou como candidato – a eleição vencida por Fernando Collor de Mello –, Pedro Bial destacou o perfil do governador de Goiás, que, de forma indireta, já falava em terceira via em 1989. O jornalista trouxe o assunto para 2022, fez um paralelo com o atual momento político brasileiro e pediu a opinião de Caiado sobre o presidente.    

“Reconheço as ações de apoio que vieram [do governo federal] para a educação e saúde. Eu transformei a educação em Goiás e não vou dizer que isto foi apenas por apenas um esforço fiscal do Estado”, pontuou.  “Mas ao invés de ter um discurso de dizer ‘o que eu levo para os Estado, [ele] cria polêmica com todos os governadores”, continuou. 

“Eu gostaria que o presidente entendesse que pedir desculpas, reconhecer excessos e, ao mesmo tempo se colocar na mesa de negociação o presidente do Supremo, do Congresso, da Câmara, MP, as entidades de classe, e abrir um diálogo neste momento, é muito melhor do que caminhar para um processo de enfrentamento ou provocações”, enfatizou Caiado. 

Paulo Guedes
“O que não pode haver é queda de braço entre os Poderes, porque não sai solução convergente”, afirma Caiado. “O governo falha quando, em vez de buscar parceria, quer impor uma tese em relação a outra. É verdade que o mercado está nervoso e que é preciso salvar a população com o auxílio emergencial. Mas não é necessário agir com esse tipo de sentimento”, resumiu. 

Sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, Caiado disse que “as pessoas, para assumir um cargo, têm de conhecer a máquina pública, o Congresso Nacional. Também precisa lidar com os outros Poderes. A partir daí tem de ser um ministro com o pé no chão. Não adianta criar teses que não possam ser implantadas. Tem de ser objetivo, não pode perder tempo”, destacou. 

União Brasil
Caiado defendeu candidatura própria à presidência da República nas eleições do ano que vem ao falar sobre o novo partido que ajudou a criar, o União Brasil, resultado de fusão do DEM com PSL. “Virá dentro de um cronograma, sem suprimir etapas. A primeira foi a fusão, agora tem sido a consolidação nos Estados. Consequentemente, a próxima é a apresentação de um nome para disputar as eleições nacionais em 2022”, informou.

Sobre a política externa do Brasil, Caiado afirma que a agricultura e a pecuária foram duramente penalizadas. “O que temos de mostrar ao mundo é que temos o Código Florestal mais moderno que existe. E posso dizer, porque participei de forma ativa na construção desse código. Sabemos o que é preservação. Excessos existem, mas precisamos é de não bater de frente”, afirmou. 

“Como diz o mineiro, se come mingau quente é pela beirada, pelo meio do prato se queima a boca. Estamos combatendo a fome, estamos produzindo com tecnologia. Um grão de soja hoje tem mais tecnologia do que um Smartphone. Podemos ampliar ainda mais nossa produção sem assorear rios, destruir florestas. Temos o suficiente para ampliar cada vez mais a produção”, destacou o governador. 

Sobre a renegociação de dívida do governo anterior, Caiado disse que “dilapidaram as finanças do Estado”. Segundo ele, “tive de assumir o que foi praticado lá atrás. Então, eu cumpro o teto de gastos, tenho de cumprir”. Para ele, o não pagamento dos precatórios reflete na economia dos Estados que têm a receber e contam com isso como parte do orçamento. “A ansiedade está muito grande, pessoas com dificuldade de manter a família, inflação cada vez maior”. 


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