Associação Goiana do Ministério Público repudia ataques de Ernesto Roller a promotor

Em nota de desagravo, a Associação Goiana do Ministério Público (AGMP) repudiou as declarações do secretário estadual de Governo, Ernesto Roller, contra o promotor de Justiça Douglas Chegury. Ex-prefeito de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, o secretário acusou o promotor de cometer abusos em operações.

A AGMP argumenta que Douglas Chegury foi alvo de ofensas pessoais, após ter pedido mandados de busca e apreensões, além de ter pedido a prisão de ex-secretários e servidores da Prefeitura de Formosa.

Em postagens no Twitter, Roller afirma que o promoter recorre a armações e mentiras em suas ações. “É preciso por um freio em alguns membros (pequena parcela) do MP. Faz quase 3 anos que deixei de ser prefeito, deixe de ser covarde, seu merda”, atacou o secretário. Roller postou ainda que o MP não pune Chegury, apesar dos abusos que ele pratica.

A AGMP reage, na nota: “As publicações, além de contrariarem a ética e a urbanidade especialmente exigidas de quem exerce tão relevante cargo, consubstanciam grave ataque à honra e a imagem de um membro do Ministério Público”.

Além de repudiar as postagens de Roller, a AGMP manifesta apoio ao promotor. “Qualquer tentativa de intimidação ao trabalho realizado, por quem quer que seja, será rigorosamente rechaçada, de modo da coibir práticas ofensivas que desrespeitem a imagem do Ministério Público e dos seus membros”.

Vazamento
Ao jornal O Popular, o promotor Douglas Chegury afirmou que o mais grave das declarações foi que Roller teria vazado informações de uma operação que ainda seria realizada. O secretário menciona nas postagens, no sábado, 16 de outubro, informações da operação que ainda não tinha sido autorizada pela justiça.

Na segunda, 18, a Operação Moira foi realizada e cumpriu mandado de prisão contra o ex-secretário de Saúde de Formosa Tibério Fábio, por suspeita de aquisição irregular de medicamentos e produtos odontológicos, entre 2017 e 2019, período em que Ernesto Roller era prefeito.

Ernesto Roller diz que, se alguém vazou as informações, foi o próprio promotor. “Porque ele conversa demais, desmoraliza as pessoas”, afirma. O secretário diz que foi informado sobre a operação antes de o juiz deferir os mandados, o que, segundo ele, comprova que o vazamento foi feito pelo próprio Chegury.

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