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Falas ocorreram em reação a um comercial da rede de fast food Burger King em junho

Inquérito contra vereadores por homofobia avança com depoimentos e análise de vídeos

21/10/2021, às 11:51 · Por Redação

O inquérito contra os vereadores de Goiânia Cabo Senna (Patriota), Gabriela Rodart (DC), Thialu Guiotti (Avante) e Novandir Rodrigues (Republicanos) pelo crime de homofobia deve ser concluído nas próximas semanas. O procedimento foi instaurado no dia 6 deste mês pelo 

Nesta quarta-feira, 20, pela manhã, o ativista Fabrício Rosa prestou depoimento sobre o caso na condição de testemunha. Foi ele quem encaminhou ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) o documento com a denúncia que levou à instauração do inquérito contra os vereadores pela Polícia Civil.

De acordo com Fabrício, em seu depoimento ele reiterou o posicionamento que havia emitido no documento. “Acredito que os vereadores tenham incorrido no crime do artigo 20 da Lei de combate ao racismo”, disse, citando dispositivo que veda a prática, indução e incitação de discriminação e preconceito. “Me senti bastante ofendido pelas falas dele. Eles demonizaram e estigmatizaram toda a comunidade”, afirmou.

O ativista disse acreditar na punição dos vereadores. “Tenho confiança na Justiça. Vai ser uma medida pedagógica e preventiva muito importante para salvar vida”, destacou.

A investigação diz respeito a falas dos vereadores proferidas no plenário da Câmara Municipal de Goiânia no dia 29 de junho deste ano, em reação a um comercial da rede de fast food Burger King. Na ocasião, a empresa lançou uma peça publicitária ouvindo crianças que normalizam a existência de casais homossexuais, por conta do Dia Internacional do Orgulho Gay, comemorado anualmente em 28 de junho.

O vereador Thialu Guiotti levou o assunto à tribuna. “Não venham querer usar as crianças do nosso País, induzindo ao homossexualismo [SIC] como se isso fosse normal. Não é normal. Normal é mulher com homem, homem com mulher”, disse, completando que crianças são “influenciadas por essa ideologia canalha” e lendo trechos da Bíblia.

Durante a sessão, outros vereadores se manifestaram concordando com Thialu Guiotti e acrescentando outras declarações de preconceito. O delegado Joaquim Filho Adorno Santos, titular da Geacri, explicou que o crime pelo qual os vereadores respondem é de ação penal pública incondicionada, ou seja, independe de manifestação de eventuais vítimas para ser apurado


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