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Foto: Sergio Rocha/Divulgação

A ministra Damares Alves esteve em Goiânia nesta quarta-feira, 19, para receber a Medalha do Mérito Legislativo Dr. Pedro Ludovico Teixeira, a maior honraria da Assembleia Legislativa de Goiás

Em Goiânia, ministra Damares diz que há “nuvem de morte” sobre Brasil

20/06/2019, às 00:10 · Por Pedro Lopes

Ao receber homenagem em Goiânia, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, misturou a agenda de sua pasta com profecias religiosas. Ao detalhar a gravidade dos suicídios entre adolescentes e jovens, ela afirmou que há uma “nuvem de morte” sobre o País, mas que será dissipada. A ministra tranquilizou a plateia ao anunciar ser, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), "enviada de Deus para defender a vida nesta nação".

A ministra Damares Alves esteve em Goiânia nesta quarta-feira, 19, para receber a Medalha do Mérito Legislativo Dr. Pedro Ludovico Teixeira, a maior honraria da Assembleia Legislativa de Goiás. Durante a solenidade, proposta pelo deputado Jeferson Rodrigues, a ministra lançou a campanha Acolha a Vida, de Prevenção ao Suicídio e Automutilação da Criança e do Adolescente. “Pessoas incríveis estão se suicidando, e o efeito dominó provocado é motivo de preocupação”, ressaltou ela.

A Ministra não apresentou estudos e estatísticas, mas elencou alguns números para enfatizar a necessidade do lançamento da campanha. Segundo ela, 120 mil pessoas tentam o suicídio no país, 12 mil acabam tirando a própria vida. As estimativas de automutilações, que ela afirma ser respaldada por especialistas, chegam a 14 milhões de jovens.

“Estamos diante de uma tragédia e teremos de ter coragem de falar sobre isso. E só um governo corajoso, comprometido com a vida, com a família, teria a coragem e a sensibilidade de tocar nesse assunto”, anunciou a ministra Damares, elogiando o governo ao qual integra.

Lei e fé
Uma das iniciativas do atual governo foi trabalhar pela aprovação de uma lei que cria uma politica nacional de prevenção ao suicídio e automutilação – e entre outras medidas, torna obrigatória não apenas as notificações de suicídio, mas também de tentativas e as práticas de automutilação, que até então não eram contabilizadas.

Damares explicou que o projeto de lei foi apresentado no final de 2018 pelo então deputado federal Osmar Terra (MDB), atual ministro da Cidadania, e repetiu uma frase que já causou polêmica, em que mistura sua crença religiosa com os encaminhamentos de governo. “O Estado é laico, mas eu sou terrivelmente cristã”.

A ministra, então, acrescentou: “O deputado que escreveu a lei se torna ministro. A assessora que estava trabalhando com o assunto se torna ministra. Um deputado que estava preocupado lá nos bastidores se torna presidente da República. Não é coincidência o que está acontecendo. Deus uniu as peças. Deus está formando um grande quebra-cabeças, juntando pessoas que querem defender a vida nesta Nação”.

A lei, que recebeu o nome de Lei Vovó Rose – em homenagem a uma senhora que perdeu uma neta e tornou-se militante pela aprovação – estabelece também treinamento para educadores e conselheiros tutelares, campanhas de prevenção de suicídio e a implantação de um número de telefone denominado pela ministra de “alô, socorro”.

“O que está acontecendo com essa nação, gente? Essa nação que o povo sabe sambar. Essa nação que o povo sabe jogar futebol. Essa nação que o povo sabe cantar. Essa nação que o povo é querido. Essa nação que se auto declara cristã tinha de ser a nação zero suicídio. Tem alguma coisa acontecendo. É como se existisse uma nuvem de morte sobre essa nação. Mas essa nuvem de morte vai se dissipar”, profetizou Damares ao final de seu discurso, sob aplausos.  

Mais homenagens
Além da ministra Damares Alves, a sessão solene na Assembleia homenageou um grupo de promotores do Ministério Público Estadual integrantes da força-tarefa que denunciou e levou o líder religioso João de Deus à prisão. Em seu discurso, a ministra Damares Alves rasgou elogios aos promotores. “Vocês não fizeram para colocar um criminoso na cadeia, mas para salvar vidas”, para vibração de uma plateia lotada de religiosos.


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