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Os resultados mostraram que no ensino remoto foram mantidas atividades típicas do presencial

Trabalho pedagógico no ensino remoto em Goiás foi avaliado em pesquisa da UFG

15/10/2021, às 16:17 · Por Redação

Pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Goiás (UFG) analisou o ensino remoto nas escolas públicas de Goiás durante a pandemia é concluiu que potencial das tecnologias e do ambiente virtual para a aprendizagem não foi explorado pelas escolas de Goiás.

Ao configurar um tipo de ensino “presencial na tela”, prevaleceram as atividades educacionais em que a interação entre professores e estudantes não era simultânea, em tempo real.

Coordenado pela professora da Faculdade de Educação (FE), Rosemara Lopes, a pesquisa fez a análise de 68 planos de estudo, 33 relatórios de professores, 19 projetos-político pedagógicos, 202 videoaulas e 798 vídeos e imagens diversas das redes públicas municipais e estaduais de ensino goianas.

O estudo mapeou as tecnologias utilizadas, abordagens de ensino, atividades desenvolvidas e os conhecimentos envolvidos no trabalho de ensinar e aprender exclusivamente por meio de tecnologias digitais durante o Regime Especial de Aulas Não Presenciais (Reanp).

“Os resultados mostraram que no ensino remoto foram mantidas atividades típicas do presencial”, afirma a professora Rosemara Lopes.

De acordo com a pesquisadora, especificamente sobre os professores, os mais conservadores atribuíram à tecnologia digital o papel desempenhado por slides, ou seja, mudaram os meios, mas não as práticas.

Os menos conservadores, por sua vez, utilizaram a tecnologia para fazer o que não era possível sem ela. Ainda segundo a pesquisadora, “salvo exceções, situações de aprendizagem de caráter investigativo, experimental e colaborativo não compuseram o trabalho pedagógico nas aulas não presenciais. O modus operandi do presencial foi mantido no não-presencial”.

Apesar de as metodologias utilizadas serem compatíveis com aquelas do ensino presencial, as atividades que propiciavam a interação simultânea, no mesmo momento, entre o professor e o aluno não foram as priorizadas, observou o estudo. “Prevaleceram as atividades assíncronas. Em termos de interação, o resultado mostra que foram desenvolvidas menos atividades em que o professor e o aluno interagem em tempo real”.

 Segundo a pesquisa, as tecnologias como WhatsApp e Google Meet, por exemplo, foram utilizadas em ações que ocorriam simultaneamente e também em atividades disponibilizadas para serem acessadas de forma não simultânea. “No caso do Google Meet, supomos que isso se deve à gravação das aulas e disponibilização da então videoaula em canais do YouTube para acesso pelos alunos”, afirma a pesquisadora.

O estudo também concluiu que a educação não foi presencial, mas também não foi exclusivamente tecnológica. As atividades de ensino ocorreram tanto com tecnologias digitais, quanto sem elas. Em termos quantitativos, a variedade de tecnologias utilizadas nos anos finais do ensino fundamental foi superior ao das utilizadas no ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Nos anos finais do ensino fundamental, o recurso mais presente nos planos de estudo foi o YouTube, seguido pelo Google Sala de Aula, WhatsApp e Portal Net Escola. No ensino médio e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), o YouTube se manteve como recurso mais utilizado nas atividades pedagógicas, seguido pelo Google Formulários e o livro didático. Tanto nos anos finais do ensino fundamental como no ensino médio e EJA, a atividade pedagógica mais recorrente dos planos de estudo foi a realização de atividades no caderno.

A adaptação ao novo cenário pelas escolas e professores esbarrou em dificuldades estruturais, somadas aos desafios do trabalho em casa. “Quando se fala em infraestrutura, por exemplo, é preciso considerar que passamos do laboratório de Informática da escola ao celular, cujo uso é proibido por lei nos estados brasileiros ou permitido com restrições”, destaca a professora Rosemara.

Especificamente sobre as condições dos alunos e professores, “o uso rudimentar das TDIC” é compreensível quando se leva em questão que muitos estão experimentando pela primeira vez o ambiente virtual, pontua a pesquisadora. “As dificuldades englobam o acesso à internet, a saúde do trabalhador, a falta de clareza sobre direitos de imagem e riscos de trabalhar com tecnologias de uso pessoal, entre outras”.


Pesquisa UFG Educação,Goiás
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