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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Meirelles: “O Senado tem a chance de agir e restabelecer a verdade nesse cálculo ou perdas de bilhões de reais vão impactar estados e cidades"

Meirelles critica projeto aprovado na Câmara dos Deputados sobre ICMS dos combustíveis

14/10/2021, às 18:02 · Por Eduardo Horacio

O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, criticou a aprovação pela Câmara dos Deputados do texto-base do projeto que muda o cálculo de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Se aprovado, o texto prevê que o imposto seja cobrado sobre o valor médio dos últimos 24 meses com objetivo de baratear o preço dos combustíveis.

“Os senadores têm a oportunidade e precisam rever o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, alterando o cálculo do ICMS e criando uma falsa lógica nessa conta”, criticou Henrique Meirelles, atual secretário da Fazenda de São Paulo. O ex-ministro diz que vem alertando que o projeto que tramita na Câmara, articulado pelo presidente da Casa Arthur Lira (PP), não faz qualquer sentido.

“O preço do combustível é formado pelo preço do barril de petróleo no exterior (em dólar) e depois a Petrobras industrializa, estabelece a margem de lucro e cobra os impostos federais, como o PIS/Cofins e o IPI”, explicou o ex-ministro da Fazenda. Henrique Meirelles lembra que o ICMS é só um componente e vem depois. Na prática, a mudança na regra não irá impactar o preço do combustível para o consumidor.

“A ideia de transferir a conta para os governos estaduais, que menos arrecadam e têm o dever de prestar serviços de saúde, educação e segurança, subverte o raciocínio e tira do governo federal o foco da responsabilidade, que é dele”, criticou Meirelles. Nos últimos meses, o presidente Jair Bolsonaro tentou transferir para os governadores a responsabilidade sobre os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis.

“O Senado tem a chance de agir e restabelecer a verdade nesse cálculo ou perdas de bilhões de reais vão impactar estados e cidades e, diferentemente do que os defensores do projeto dizem, o preço final ao consumidor não será reduzido”, finalizou Henrique Meirelles em mensagens postadas em sua conta no Twitter.


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