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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Marcos Kennedy

Caiado ligou para os deputados da base e Roller chegou a a aparecer no plenário para convencer os deputados pessoalmente. Tudo em vão

Caiado leva um 7x1 na Assembleia em sua pior derrota desde a posse

19/06/2019, às 00:05 · Por Pedro Lopes

Em nova derrota contundente do governador Ronaldo Caiado (DEM), a Assembleia Legislativa aprovou ontem, em primeira votação, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a reeleição do presidente da Casa, assim como de toda a mesa diretora, algo que estava proibido desde 2006. O projeto ainda precisa ser aprovado em segundo turno. No primeiro turno, o resultado foi 28 a 6 contra o governo e a favor da PEC. Houve deputado da própria base que chamou o resultado de “um histórico 7x1”.

A emenda foi apresentada pelo deputado Henrique Arantes (PTB), juntamente com Virmondes Cruvinel (Cidadania), autor da PEC. Toda a articulação política do governo só tomou conhecimento da emenda e do objetivo dela (permitir a reeleição do presidente do parlamento, algo que Caiado não gostaria de ver acontecer) quando ela já estava em votação, o que gerou caos e aumentou a derrota do governo.

Gerou caos porque, assim que ficou sabendo da medida, o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o secretário Ernesto Roller (sem partido) passaram a ligar freneticamente para os deputados da base pedindo para se ausentarem do plenário, inviabilizando o quórum para votação da PEC. Roller chegou a a aparecer no plenário para convencer os deputados pessoalmente. Tudo em vão.

Na hora da votação, o líder do governo, Bruno Peixoto (MDB), aumentou o tamanho da derrota do governo ao dizer explicitamente que o governador orientava os deputados a votar “não” ou então votar pela abstenção. Resultado: uma derrota de 28 a 6. Sim, apenas 6 dos 41 deputados votaram contra a PEC: o próprio Bruno, Amauri Ribeiro (PSL), Humberto Teófilo (PSL), Álvaro Guimarães (DEM), Chico KGL (DEM) e Wilde Cambão. Um se absteve: Dr. Antonio (DEM). Outros seis se ausentaram da votação e ajudaram indiretamente o governo: Rubens Marques (Pros), Iso Moreira (DEM), Karlos Cabral (PDT), Zé Carapô (DC), Alysson Lima (PRB) e Paulo Cezar Martins (MDB).

Além da derrota de 28 a 6, o governo ainda teve que engolir Henrique Arantes (PTB) dizendo que, naquele momento, estava mudando de lado. Henrique passou a ser, a partir de então, nas palavras dele próprio, um “deputado de oposição”.


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