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Foto: Divulgação

Marconi Perillo e Edson Ferrari, juntos, em foto à época da construção da nova sede do TCE-GO: ação do promotor Fernando Krebs afasta Ferrari do tribunal

Por que Edson Ferrari perdeu o cargo de conselheiro do TCE?

19/06/2019, às 00:01 · Por Eduardo Horacio

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Edson Ferrari, foi condenado nesta terça-feira, 18, à perda do cargo pelo juiz Élcio Vicente da Silva, da 6º Vara da Fazenda Pública Estadual. A condenação, com suspensão dos direitos políticos por três anos, se deu em ação civil pública impetrada pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) por ato de improbidade administrativa. A decisão é inédita em Goiás - mas tem se tornado comum no Estado do Rio de Janeiro. 

O MP denunciou Edson Ferrari, em maio de 2016, com base em gravações telefônicas que "evidenciavam relação íntima e de amizade" entre o conselheiro e o então governador Marconi Perillo (PSDB), além de suposto favorecimento ao tucano em sua atuação no TCE. Na época, o promotor Fernando Krebs, responsável pela ação, pediu liminar para que Ferrari fosse impedido de julgar as contas de Marconi.

Na sentença, o juiz Élcio Vicente da Silva ressaltou que ficou evidenciado o comportamento imoral, ilegal e impessoal de Edson Ferrari em suas ações como conselheiro. “Ou o requerente quer nos fazer acreditar que ele não sabia que prometer favorecimento indevidos, perseguir desafetos políticos, agir em desvio de finalidade/competência e votar em processos de amigos são atos ilegais, imorais e ilícitos?”, indagou o juiz.

“Ao utilizar de cargo público de conselheiro para proteger político amigo, suspender indevidamente auditorias, emprestar aeronaves públicas, realizar eventos públicos para agradar amigo, perseguir desafetos, é inegável a violação ao Estado Democrático do Direito e da ordem pública”, concluiu o juiz Élcio Vicente da Silva sobre o desrespeito à Constituição praticado por Edson Ferrari.

Mudança
Alvo de ação do Ministério Público e com a proximidade do julgamento, o conselheiro Edson Ferrari mudou seu posicionamento ao julgar as contas do último mandato dos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton. Ferrari se declarou impedido e abriu caminho para que as contas dos tucanos fossem reprovadas pela primeira vez.

Nos bastidores da política em Goiás, nunca foi segredo a amizade de Marconi com o conselheiro. Edson Ferrari foi secretário particular do tucano entre 1999 e 2004, quando foi nomeado conselheiro do TCE.

Advogado de Edson Ferrari, Dyogo Crosara afirmou ao jornal O Popular que a amizade é conhecida e admitida pelo conselheiro, mas que nunca esteve relacionada a atuação dele. O advogado afirmou que o conselheiro não vota as contas de Marconi desde 2015 e acredita que o Tribunal de Justiça irá reconduzi-lo ao cargo.


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