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No setor elétrico, há preocupação de manter o volume dos reservatórios e por isso ocorrem as variações negativas

Energia gerada já está bem abaixo do esperado em usinas de Goiás

09/09/2021, às 20:30 · Por Redação

Usinas hidrelétricas que operam em Goiás tem gerado menos energia do que o programado, o que preocupa pela crise hídrica que tem aumentando a demanda por térmicas e, por consequência, ampliado o preço pago na fatura pelos consumidores em todo o País.

Para se ter ideia, a Usina de Itumbiara estava com volume útil de 10,29%, menor do que o registrado na mesma data em 2001 (11,16%), no apagão, quando haviam blecautes programados para evitar um colapso.

De acordo com a Eletrobras Furnas, responsável pela usina, que fica no Sul goiano, a operação está em torno de 507 Megawatts (MW), o que representa apenas 24% da capacidade instalada (2.082 MW).

Longe do menor volume útil (1,95%) alcançado, que ocorreu em dezembro do ano passado. Mas já ficou aquém do programado para a geração no último boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), de 2 de setembro. Outras quatro geradoras também apresentaram um resultado menor nesta data: Serra da Mesa, Corumbá, Corumbá 3 e Corumbá 4.

No setor elétrico, há preocupação de manter o volume dos reservatórios e por isso ocorrem as variações negativas. Entre os que estão no território goiano, ficaram abaixo de 20% os reservatórios apenas de Itumbiara e São Simão (17,78%). 

Sobre a situação, a Eletrobras Furnas informou que cumpre as determinações dos órgãos reguladores na operação dos empreendimentos sob sua concessão, inclusive a usina situada no Rio Paranaíba, nas divisas entre Goiás e Minas Gerais. 

A queda no nível a ponto de comprometer a produção é analisada por ele atualmente como estratégia para conter essa água estocada com previsão de que será necessária para os próximos meses. 

De acordo com o ONS, todas as medidas técnicas operacionais cabíveis têm sido tomadas para manter a continuidade do atendimento ao consumidor brasileiro. De outro lado, estudiosos já falam que o risco de corte pode estar próximo. Simulações do próprio governo federal preveem queda acentuada nos reservatórios. Serra da Mesa, por exemplo, deve sair dos 26,95% atuais para 14,45%.

Gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim chama atenção para o fato de que as chuvas só estão previstas para a segunda quinzena de outubro. “A região está com 19,22% nos reservatórios e é situação complexa pelo prognóstico, porque reservatórios não respondem na velocidade que se espera, não adianta chover em cima deles, tem de ocorrer na bacia de contribuição gradativamente.” O Sul do Estado é exatamente onde a previsão não está favorável, o que atinge as hidrelétricas também localizadas por lá. “Mais de 60% do território goiano está com seca grave.” Com possibilidade de novo efeito La Niña, mais chuvas irregulares e abaixo da média podem afetar até 2022, como avalia.


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