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Goiânia, 29/05/24
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Universo informou que a aluna deve requisitos obrigatórios do curso e que não foi expedido diploma, já na FacUnicamps não há registro de que ela tenha sido aluna

Falsa enfermeira teria atuado em três hospitais de Goiás

03/09/2021, às 15:10 · Por Redação

Com diplomas falsificados de graduação em enfermagem pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e de pós-graduação pela Faculdade Unida de Campinas (FacUnicamps), Gabrielle Cristina Lima Canuto, de 32 anos, conseguiu uma carteira profissional no Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) e ocupou cargos em pelo menos três hospitais de Goiânia de 2019 a 2021. Entre as funções, a chefia da enfermagem do Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL), com um salário de mais de R$ 10 mil.

Natural de Belém, a mulher já foi condenada pela Justiça Federal por apresentar diploma falso e carteira funcional ilegítima e exercer a profissão no Hospital Cândido Rondon (HCR), em Rondônia, de 2012 e 2014. Segundo a documentação entregue ao Coren-GO e às unidades de saúde, Gabrielle teria se formado em enfermagem pela Universo em Goiás, em 2011, aos 23 anos de idade.

Em fevereiro de 2015, teria se especializado em ginecologia e obstetrícia na FacUnicamps. O histórico escolar, entretanto, não corresponde com a documentação entregue. Gabrielle foi procurada por meio do WhatsApp e telefone, mas não respondeu as mensagens e os dois números que utilizava estavam desligados. Ela visualizou o aplicativo pela última vez na terça-feira (31).

A Universo informou que a aluna deve requisitos obrigatórios do curso e que o diploma “não foi expedido pela Universo, uma vez que a aluna não concluiu o curso nesta Instituição de Ensino Superior”. Na FacUnicamps não há registro de que ela tenha sido aluna.

O Coren-GO informou que não tinha conhecimento das irregularidades e que agora abrirá um procedimento administrativo para apurar o fato. O Conselho disse ainda que formalizará o pedido de verificação do documento junto à Universo e que, se comprovada a fraude, encaminhará o caso à Justiça Federal. Gabrielle se matriculou na Universo em 2009, por transferência.

De um total de 51 disciplinas obrigatórias, concluiu apenas 20. Nas optativas, a graduação exigia pelo menos 165 horas, mas ela só cumpriu 75 horas. A mulher, que se intitula enfermeira, também não passou por atividades complementares, estágios ou projetos de pesquisa. Na matéria em que se diz especialista, obstetrícia, foi reprovada em 2011, com nota 1,1. Ainda assim, ela emitiu um diploma falsificado e, em Rondônia, conseguiu emprego no ano de 2012 como enfermeira no HCR, onde trabalhou até 2014. Ela também tentou uma carteira no Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO), mas teve a solicitação negada após verificação de que os documentos entregues eram ilegais.



Enfermeira Coren-GO
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