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Foto: Jackson RodriguesO anúncio feito pelo governo de Goiás de conceder aumento para todos os servidores da Educação reforça que há brechas na Lei Complementar 173
Reajuste para Educação estadual desmonta argumento de Rogério Cruz sobre calote na data-base
17/08/2021, às 17:03 · Por Eduardo Horacio
O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) afirmou que a
Prefeitura de Goiânia não irá honrar com a data-base dos servidores do
município em 2021. Em entrevista nesta segunda-feira, 16, o prefeito explicou
que parecer da Procuradoria-Geral do Município (PGR) impedia o pagamento da
reposição salarial prevista em lei.
No entanto, o anúncio do governador Ronaldo Caiado (DEM) de
conceder aumento salarial para servidores da Educação desmonta a argumentação
do Paço. O democrata vai conceder reajuste salarial e abono para todos os
funcionários da rede estadual de ensino.
De acordo com Rogério Cruz, o parecer da PGR baseou-se na
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), validando a lei complementar
173/2020, que impede o reajuste salarial dos servidores públicos até 31 de
dezembro de 2021. A lei foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro e ficou
conhecida como Lei de Socorro aos Estados, diante da crise causada pela
pandemia da Covid-19.
Mudança de entendimento
Em junho, a PGM afirmou em nota, ao Popular, que o projeto não ia
contra a Lei Complementar 173/2020, que proíbe aumento de despesas com pessoal
aos estados e municípios que receberam auxílio federal para combate à pandemia
no ano passado.
O texto informava que não havia impedimento legal para o
reajuste, desde que o município estivesse atento às condicionantes
orçamentárias e financeiras estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF) e limitando-se ainda ao índice da inflação do período. Goiânia mantém os
gastos com pessoal abaixo do limite prudencial estabelecido pela LRF. O
Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) também já deu parecer favorável ao
pagamento.
Porém, em novo parecer, a PGR simplesmente informou que o
STF validou a constitucionalidade das vedações que constam na Lei, sem
especificar, no entanto, a revisão anual da data-base dos servidores. “Eu
também não concordo, mas infelizmente precisamos cumprir”, avisou de forma
lacônica Rogério Cruz.
Agora o anúncio feito pelo governo de Goiás de conceder
aumento para todos os servidores da Educação reforça que há brechas na Lei
Complementar 173 e que faz mais sentido o parecer inicial da Procuradoria-Geral
do Município e do TCM, de que não há impedimento na reposição da data-base.
Governo de Goiás Prefeitura de Goiânia Data-Base Servidor Público Funcionalismo Rogério Cruz Calote