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Goiânia, 29/05/24
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Área do CIP isolada após incêndio, em 2018: lotação e improviso que resultaram em mortes

Estado terá que indenizar famílias de adolescentes mortos em incêndio no Centro de Internação Provisória

29/05/2019, às 00:03 · Por Diene Batista

Um depois da tragédia que matou 10 adolescentes no Centro de Internação Provisória (CIP), que funcionava de forma improvisada no 7º Batalhão da Polícia Militar, o Estado de Goiás reconheceu sua responsabilidade no episódio. Um acordo extrajudicial foi assinado entre Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) e advogados das famílias dos menores que cumpriam medidas socioeducativas. 

Pelo acordo, o governo estadual terá que pagar 2/3 de salário-mínimo como pensão alimentícia a cada família até a data em que o adolescente completaria 25 anos. Após e até a data em que ele completaria 65 anos, o valor passa a ser de 1/3 do mínimo. Já os filhos dos adolescentes mortes recebem a pensão até completarem 25 anos. O Estado também terá que pagar R$ 125 mil a título de danos morais para cada família em decorrência da gravidade do fato e do sofrimento que lhes foi imposto. Desse valor, R$ 25 mil terá que ser pago de forma integral e o restante será dividido em 120 vezes.

Em março, uma proposta de acordo foi apresentada na Comissão de Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa. Na semana passada, familiares participaram da manifestação no 4º Encontro da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, que teve a participação da mãe da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), assassinada em 2018. 

Relembre o caso
No dia 25 de maio de 2018, um incêndio que teria sido iniciado pelos próprios internos matou nove jovens que cumpriam medida socioeducativa no local. Um dos rapazes chegou a ser encaminhado ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage Siqueira (Hugol), mas morreu dias depois. A cela que ocupavam tinha capacidade para cinco pessoas, mas era ocupada por 11. O CIP funcionava de forma improvisada no 7º Batalhão, no Jardim Europa, e já havia sido considerado uma “bomba relógio” pelo Ministério Público de Goias (MP/GO).



CIP Incêndio
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