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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Wagnas Cabral

Quando perguntado do balanço de seus quatro mandatos de governador, ele disse que “gosta da política” e repetiu duas vezes: “nunca pensei no meu interesse pessoal”.

Marconi em Ceres: ‘Depois de 20 anos no poder as pessoas vão enjoando da gente’

13/08/2021, às 12:55 · Por Eduardo Horacio

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) concedeu hoje, pela manhã, uma entrevista de quase 50 minutos à Rádio Legal FM, de Ceres, durante o ‘Jornal das Onze’ da emissora. Na entrevista, que teve poucas perguntas e longas respostas, Marconi falou ainda da eleição de 2018, criticou o governador Ronaldo Caiado (DEM), elogiou o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) e não citou um único nome do PSDB goiano – nem pra elogiar, nem pra criticar. Ele disse que uma das causas da derrota de 2018 foi a “fraude”, mas também disse que “depois de 20 anos no poder as pessoas vão enjoando da gente”, contabilizando, portanto, os quatro anos de mandato de Alcides Rodrigues como continuidade do seu governo.

Marconi disse que, em 2018, quando terminou a eleição em quinto lugar, “houve fraude contra mim e o senador que ganhou no meu lugar não trouxe uma obra pra Goíás”. O tucano não citou (e os repórteres não perguntaram) a qual senador ele se referia: se Vanderlan Cardoso (PSD) ou Jorge Kajuru (Podemos).

Nas críticas a Caiado, ele disse que “os novos radares estão multando o povo”, sem rememorar os radares fixos e móveis que ele mesmo implantou em seu governo. Em um momento de desinformação, Marconi acusou o governador Caiado de algo que não fez. “O Caiado mudou o nome de programas, de hospitais e do Vapt-Vupt”. Até onde se sabe, o nome do Vapt-Vupt continua sendo o mesmo.

Sobre a avalanche de apoios que Caiado tem recebido nos últimos meses, inclusive de tucanos e emedebistas, Marconi minimizou. “Num Estado como Goiás a máquina do poder tem muita força, então tem adesão de muitos prefeitos e deputados, normal isso, muita gente que estava do meu lado agora é Caiado, é gente que se acostumou ao poder”, assinalou. Marconi também aposta que, com esse tanto de adesão, vai haver uma “renovação na oposição (a Caiado) em Goiás”.

Marconi disse que não está parado e está “próximo do povo”. “Na oposição a gente tem a vantagem de ficar perto das pessoas, eu recebo e respondo 200 WhatsApps por dia”, disse, orgulhoso. “Estamos nos organizando enquanto oposição, temos história e temos o que mostrar, eu percebo comerciantes, agronegócio e servidores públicos contrariados com esse governo atual”, completou.

Ele defendeu que o PSDB tenha candidato próprio a governador e voltou a lembrar de sua primeira vitória para governador. “Em 1998 o Caiado e a Lucia não tinham coragem, o Balestra desistiu, então fui lá e enfrentei”, afirmou. Mas, desta vez, deixou claro que não vai “enfrentar”. “Candidato ao governo eu não serei, já fui 4 vezes, mas tenho sangue nas veias e posso ser candidato a deputado federal, vou discutir com companheiros e através de pesquisas”, anunciou.

Repetindo uma máxima da política, Marconi disse que “time que não entra em campo não tem torcida, partido tem que ter candidato, a oposição é salutar e ela existirá, sempre. Vamos fazer chapas boas de deputado e majoritária”. Mesmo perguntado, não quis citar nenhum nome do PSDB ao Governo ou ao Senado, mostrando que continua autocentrado.

Marconi tem dificuldades de elogiar colegas do seu PSDB em Goiás, mas não tem pudor de elogiar políticos de outro partido. “Eu tenho dificuldade de falar do MDB, mas fui filiado há 10 anos e acho que Gustavo Mendanha é um bom candidato. Jovem, competente e experiente, acho inclusive que o MDB tem que ter candidato”, apontou.

Quando perguntado do balanço de seus quatro mandatos de governador, ele disse que “gosta da política” e repetiu duas vezes: “nunca pensei no meu interesse pessoal”. Perguntado se tinha alguma frustração, não hesitou. “Terminei todas as obras que eu queria ter feito, fiz uma brutal economia nas licitações e nas obras”, afirmou.

Perguntado diretamente sobre Jair Bolsonaro, Marconi voltou a fugir do assunto, sem nem citar o nome do presidente, para não desagradar eleitores do presidente. “Temos uma polarização grande no Brasil. PSDB está em prévias. Estamos ouvindo as propostas de cada um. Quero um candidato que una o centro. Os candidatos devem fazer poucas promessas, sem tantas mentiras e tapeações”, finalizou. 


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