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ReproduçãoNo fim do mês passado, o governo de Goiás divulgou já ter vacinado 82 mil moradores do Distrito Federal
O Globo: Lentidão da vacinação em Brasília gera fuga para Goiás
17/07/2021, às 17:00 · Por Eduardo Horacio
O jornal O Globo destaca, em sua edição deste sábado, 17,
que a lentidão da vacinação no Distrito Federal tem feito centenas de moradores peregrinam por unidades básicas de saúde de Goiás para se vacinar contra aCovid-19.
Dados do Governo do Distrito Federal mostram que 1.103.283
pessoas tomaram a primeira dose até sexta-feira — o equivalente a 37,51% da
população. Desse total, 391.178 completaram o esquema vacinal com a segunda
dose. Outras 41.746 pessoas receberam a vacina da Janssen, aplicada em dose
única. Ao todo, só 14,18% da população está totalmente imunizada. Em queda no
ranking de vacinação, a capital federal está atrás de estados como São Paulo,
Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Diante desse cenário, brasilienses têm ido se vacinar em
cidades de Goiás, num movimento inverso ao que ocorre historicamente, porque a
vacinação por idade está mais acelerada. Eram os moradores desses locais, na
região do Entorno, que vinham buscar tratamento médico na capital federal.
No fim do mês passado, o governo de Goiás divulgou já ter
vacinado 82 mil moradores do Distrito Federal. Procurada, a Secretaria estadual
de Saúde de Goiás (SES-GO) não informou dados atualizados.
Moradora de Samambaia (DF), a cabelereira Carmen Cezar, 47,
deslocou-se até a cidade de Águas Lindas, a 50,3km de Brasília, para se vacinar
pelo critério de idade, porque o calendário estava mais adiantado. Algumas
cidades de Goiás decidiram não cobrar comprovante de residência, o que
incentivou esse movimento.
— Foi tudo tranquilo, fui muito bem atendida — relembra ela,
que aguarda a segunda dose em outubro.
O agendamento prévio para receber a primeira dose é alvo de
críticas. As 21 mil vagas para pessoas a partir de 41 anos no Distrito Federal
se esgotaram em 30 minutos no último 10 de julho, o que foi considerado uma
espécie de “sorteio de vacinas”. A marcação, implementada pela SES-DF para
coibir aglomerações, também é classificada como excludente já que uma parcela
do público não tem acesso à internet. A grande quantidade de grupos prioritários
inseridos na fila da vacinação do DF também é citada por especialistas como um
motivo para a lentidão.
— Foram criados vários grupos prioritários (no DF) com base
em quem fazia mais barulho ganhava vacina. No começo, pessoas de outros estados
vieram se vacinar e também houve subdimensionamento de algumas categorias —
explica a infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital Regional da Asa
Norte (HRAN).
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