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Goiânia, 20/04/24
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Luís Eduardo Bovolato afirmou no plenário que a universidade só tem recursos para cumprir os compromissos por mais dois meses

Tocantins: Reitor diz que UFT só tem recursos para mais dois meses

22/05/2019, às 00:00 · Por Giordano Maçaranduba

Suspensa a sessão ordinária na Assembleia Legislativa, foram convidados a adentrar o plenário representantes de classe da educação, professores e representantes de alunos. O reitor da UFT, Luís Eduardo Bovolato, afirmou no plenário que a universidade só tem recursos para cumprir os compromissos por mais dois meses. Segundo ele, a universidade não vai mais ter condições de manter as atividades básicas como pagamento de água, energia e os contratos terceirizados. Esses contratos cobrem limpeza e vigilância, por exemplo. “O dinheiro em caixa deve acabar em julho, no máximo até agosto”, afirmou ele. 

O representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Tocantins (Sintet), Pablo Vinícius, afirmou que o corte na educação básica é de 39,6% e que impactará todos os estados e municípios, principalmente os mais pobres. Mas mesmo os municípios ricos sofrerão com os cortes. Por isso Pablo apelou para a relatora do Fundeb, Maria Auxiliadora Dorinha Seabra (DEM), deputada federal do Tocantins, para que lute para não retirar os recursos de impostos existentes da composição do Fundeb.

Representantes dos professores e alunos da UFT e do IFTO afirmaram que os cortes de recursos afetarão as bolsas nas duas instituições assim como já afetaram as bolsas de pesquisa e os orçamentos de pesquisa e extensão. Para eles ficou claro que há um corte na educação como um todo.

O deputado Ricardo Ayres (PSB) disse que “a expansão (das universidades e escolas técnicas) não é patrimônio de um partido, de uma pessoa. É do povo brasileiro”. Emendou ainda que “se não fosse a balbúrdia”, não tinha UFT e não tinha Unitins pública”.  O deputado Issam Saado (PV) afirmou que visitou muitos países. Nunca viu nenhum país que deu certo fazendo o que fazem aqui. “Dias atrás tinha 50 mil empregos e faltava mão de obra qualificada. Trouxeram de fora”. Afirmou que essa é a importância da educação.

O deputado Léo Barbosa (SD) afirmou que o que estava acontecendo “não é uma luta da esquerda. É uma luta do país”. Disse que deveriam ter mais deputados lutando pela educação do país. Arrematou a fala com a frase: “Eles chamam de contingenciamento. Eu chamo de retrocesso”.

Júnior Geo (Pros) disse que “já não tinha esperança que tivesse investimento social nesse governo, mas não esperava que acontecesse o que está acontecendo”.  Ao se referir sobre o contingenciamento, disse que era “um corte desde a educação básica ao ensino e pesquisa”.

O deputado Elenil da Penha (MDB) que obteve muitos votos no pessoal da saúde e da educação, afirmou que o que estava acontecendo “é uma luta da sociedade. É uma luta dos grupos organizados. Mas é uma luta universal. É uma luta de todos nós”. Ela afirmou que deve convocar audiências públicas para debater os problemas levantados pelo dia de luta.

A última a se pronunciar foi a deputada Luana Ribeiro (PSDB) que disse que Cingapura não tinha economia, segurança e educação. “Investiu em só uma coisa: educação. E resolveu todas as demais”. Acrescentou que “Paulo Freire disse há anos atrás que se não investíssemos em educação, investiríamos em presídios”. “Já está acontecendo”, vaticinou. Completou o raciocínio dizendo que “até o pipoqueiro precisa de qualificação. O país está na contramão dos países desenvolvidos que investem pesadamente em educação e pesquisa”.


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