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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Divulgação/Encontro da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado

Advogada Mariete da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, durante marcha em Goiânia: busca por respostas

Em Goiânia, mãe de Marielle Franco participa de ato contra vítimas de violência

21/05/2019, às 00:08 · Por Diene Batista

A advogada Marinete da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), assassinada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, participou ontem, 20 de maio, de ato público que encerrou em Goiânia a programação do 4° Encontro da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, em Goiânia. Um grupo de cerca de 90 pessoas, entre mães, familiares e apoiadores da causa, marchou da Praça do Trabalhador, até a Praça Cívica, percorrendo a Avenida Goiás. 

Mães, familiares e apoiadores da causa participaram da manifestação, que integrou a programação do evento, aberto no último sábado, em Hidrolândia. Ao jornal O Popular, Marinete se disse “muito pé atrás” com a resposta do Estado sobre o assassinato da filha. Ela ressaltou que “não é só [saber] quem apertou o gatilho, quero saber quem mandou matar minha filha, que é fundamental. Saber quem e por que mandaram matar”, frisou. 

Vereadora no Rio de Janeiro, cria da favela da Maré, Marielle Franco foi assassinada junto com seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, quando retornava de um evento com mulheres negras.  Socióloga com mestrado em Administração Pública, havia sido eleita com mais de 46 mil votos. Mais de um ano depois, o crime ainda não foi esclarecido. Em seu mandato, Marielle denunciava constantemente o abuso de autoridades de policiais contra moradores de regiões carentes.

Nesta terça-feira, 21, a comitiva de participantes vai a Brasília para ato e agenda com autoridades.  Às 10 horas, será realizada a audiência “Reparação ao povo negro e às vítimas da violência” no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. 

Luta por Justiça
A organização é do Instituto Memória e Resistência e do Mães de Maio do Cerrado - Do Luto à Luta. Representante do Instituto Memória e Resistência, Eronilde Nascimento, frisa que as atividades visam fortalecer a luta por Justiça daqueles que perderem seus familiares e dar visibilidade às violações de direitos perpetradas pelo Estado. 

O encontro contou com a presença de cerca de 70 mães e familiares de outros estados, integrantes de movimentos que lutam contra o genocídio do povo negro, pobre e favelado. Goiás é representado pelo grupo Mães de Maio do Cerrado - Do Luto à Luta, que congrega familiares dos 10 adolescentes mortos no Centro de Internação Provisória (CIP), em 25 de maio de 2018, além de mães de encarcerados e de vítimas de criminalização dos movimentos sociais, entre outras. 

Um ano depois da tragédia do CIP, as famílias convivem com a dor da perda, da falta de respostas e de responsabilização dos culpados. O espaço funcionava de forma improvisada no 7º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Europa e estava sob responsabilidade da então Secretaria Cidadã. À época, a unidade estava superlotada: apesar de ter 52 vagas, abrigava 84 menores, todos meninos.


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