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Divulgação/MPFVale lembrar que Marconi foi preso, em 2018, na Operação Cash Delivery, que investiga pagamento de propinas em campanhas eleitorais, e o procurador da República responsável diretamente pelo pedido de prisão foi Helio Telho - e não Mário Lúcio
Três anos depois, Marconi acusa Mário Lúcio e Kajuru por operações, mas admite que não fez representação contra eles
03/07/2021, às 15:05 · Por Eduardo Horacio
O governador Marconi Perillo (PSDB), em entrevista publicada
hoje no jornal O Popular, faz várias acusações contra o procurador do
Ministério Público Mário Lúcio Avelar. Mas Marconi, curiosamente, até hoje não
fez nenhuma representação formal no MP ou no CNMP, mesmo tendo passado três
anos dos fatos ocorridos. O tucano terminou a eleição para o Senado, em 2018, na
quinta colocação, bem distante de qualquer possibilidade de vitória.
“Em primeiro lugar é preciso saber quem estava por trás
disso (quando é perguntado sobre o caso Cachoeira, as operações Decantação 1 e
2, Cash Delivery e Compadrio). O procurador Mário Lúcio tem ligação histórica
com Kajuru, que hoje é senador da República. Kajuru fez campanha para ele para
governador do Tocantins. Isso tudo começou através dessa ligação. Eu não tenho
dúvidas”, diz o governador Marconi Perillo (PSDB) em entrevista à repórter
Fabiana Pulcineli em O Popular.
Quando perguntado novamente sobre a Cash Delivery, Marconi
volta a citar e acusar o procurador Mário Lúcio. “Quem fez os pedidos todos foi
o procurador daqui, o Mário Lúcio. Veio do STJ, depois que perdi o foro, e aqui
houve uma celeridade no sentido de buscar provas”, afirmou.
Vale lembrar que Marconi foi preso, em 2018, na Operação
Cash Delivery, que investiga pagamento de propinas em campanhas eleitorais, e o
procurador da República responsável diretamente pelo pedido de prisão foi Helio
Telho. Mario Lúcio Avelar foi promotor na Operação Decantação, que acabou se
desdobrando na ‘Cash Delivery’. Sobre Helio Telho, Marconi nada diz.
Quando perguntado se fez uma “reclamação por atuação
política do procurador”, Marconi diz que “essas coisas a gente tem de dar tempo
ao tempo. Quantos vazamentos não ocorreram aí por conta do caso Lula? Tem de
esperar e de repente a gente pode obter provas robustas em relação a isso. E às
vezes não”.
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