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Usina de Serra da Mesa: Expectativa é de que o cenário fique ainda pior em 2022

Goiás corre risco de ter apagão elétrico devido a queda do nível dos reservatórios

28/06/2021, às 17:12 · Por Redação

Todos os reservatórios de hidrelétricas em Goiás estão com o volume útil abaixo da metade da capacidade.

Com o período chuvoso só em novembro, a tendência é que o cenário se agrave ainda mais nos próximos meses.

A situação pode resultar em racionamentos para o próximo ano. Apesar de a quantidade de chuvas ter influência direta no volume dos reservatórios, especialistas apontam que a diminuição no acumulado dos depósitos hídricos também se deve a outros fatores ligados, principalmente, à gestão pública.

Isso porque o período de seca faz parte da dinâmica do Cerrado e a meteorologia consegue fazer um prospecto sobre a precipitação anual.

Além da influência das chuvas, outros fatores moldam o cenário dos baixos volumes dos reservatórios das hidrelétricas.

O primeiro diz respeito ao uso predatório de recursos hídricos, especialmente a montante das bacias hidrográficas -parte mais alta onde os cursos d’água são formados

“Podemos citar a ausência de cobertura vegetal em cabeceiras de drenagens, desmatamentos, erosões, assoreamentos, desvios irregulares de cursos d’água e uso da água para irrigação”, diz Denis Castilho, geógrafo e professor da UFG.

Ele aponta ainda que, naturalmente, com o passar do tempo ocorre um aumento da demanda por eletricidade, o que também contribui para a diminuição do volume dos reservatórios.

A expectativa é de que o cenário fique ainda pior em 2022, pois as chuvas do fim do ano podem não ser suficientes para abastecer de maneira consistente os reservatórios, que devem permanecer com o volume baixo.

Na prática, o colapso desses reservatórios terá o impacto sentido no bolso no usuário.” Em casos assim ou quando o sistema nacional opera próximo ao seu limite, termoelétricas movidas à combustíveis fósseis são acionadas – o que torna o preço da energia elétrica ainda mais caro”, diz Denis Castilho, geógrafo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Atualmente, a conta de energia elétrica está com bandeira vermelha 2, devido ao período de seca, com custo extra de R$6,243 para cada 100kWh consumidos.


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