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Goiânia, 29/05/24
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Diretor da Unidade de estudos geográficos da UFJ, Willian Ferreira, afirma que a passagem de Kallil foi um marco para a instituição e para o ensino superior público do Brasil

Em Jataí, aluno da UFJ com síndrome de Down se forma em geografia

08/06/2021, às 11:23 · Por Redação

Kallil Assis Tavares, de 30 anos, é o primeiro estudante com síndrome de Down a se formar na Universidade Federal de Jataí (UFJ), no sudoeste goiano. Ele cursou geografia e diz que não se arrepende da escolha pois gostou muito.

Kallil foi aprovado para o curso em 2012 e entrou pela categoria de ampla concorrência, no vestibular tradicional da instituição.

Após ingressar, a universidade precisou se adaptar, entre as mudanças, a UFJ ofereceu uma professora de apoio para dar suporte ao estudante durante a graduação.

O diretor da Unidade de estudos geográficos da UFJ, Willian Ferreira, narrou que a passagem de Kallil foi um marco. “Ele nos ensinou muita coisa que vai ficar gravado para essa instituição e  para o ensino superior público do Brasil”, afirma.

A mãe do geógrafo, a pedagoga Eunice Tavares, conta que a conquista do filho é uma grande vitória para a família, que o apoiou com muita união. Ela reforça que o suporte seguia o tempo de Kallil, sem pressioná-lo.

“Fui apoiando, fiz com muito afinco, mas não forcei a nada, a gente deu todo estímulo, mas não forçava”, expõe.

A mãe de Kallil confessa que ainda não conversou com o filho sobre o futuro na carreira, mas que está considerando o ritmo dele, sem pressa. “Eu estou sentindo como quando terminei meu mestrado, a sensação de que cumpri o dever”, comemora.

A geógrafa Marlene Flauzina Oliveira, explica que além da ajuda durante as aulas, os professores precisavam adaptar o conteúdo e as avaliações. Contudo, ela alega que Kallil era um estudante muito esforçado.

Para Marlene, as adaptações na graduação do geógrafo serviram de base para a construção de uma educação inclusiva, mas conta que no início, enfrentou desafios. “Foi um momento de aprendizado e crescimento profissional e pessoal, mas também de dificuldade, eu não tive formação para ser professora de apoio, eu fui com a cara e a coragem e fui descobrindo junto com o Kallil”, lembra.

A professora de apoio, que acompanhou o estudante por tanto tempo, acredita que Kallil mudou sua profissão e incentivou o avanço na educação inclusiva em Goiás.

“Além do crescimento, eu acho que nós temos que aprender muito e aplicar a educação inclusiva, que ela é necessária, as pessoas com deficiências físicas e intelectuais têm o direito de ir para uma faculdade e têm capacidade”, fala.


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