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Goiânia, 29/05/24
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Divulgação/UFG

Pesquisadora em laboratório: auxílio da Capes é fundamental para continuidade de pesquisas e produção do conhecimento

UFG: Canetada de Bolsonaro, em um dia, corta 60 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado

10/05/2019, às 00:05 · Por Eduardo Horacio

O corte de mais de 25,5% nas verbas determinado pelo Ministério da Educação (MEC) e a suspensão de bolsas para estudantes de programas de pós-graduação (mestrados e doutorados) já afeta a Universidade Federal de Goiás (UFG). Sem aviso prévio, foram recolhidas 42 bolsas dos mestrados e 16 dos doutorados, além de duas bolsas de pós-doutorado. A decisão impede que estudantes selecionados para novas pesquisas recebam verbas que já estavam liberadas para este ano. Segundo pró-reitor de pós-graduação da UFG, Laerte Guimarães Ferreira, muitas bolsas das recolhidas já estavam destinadas para novos estudantes. "Elas estavam disponíveis há pouco tempo no sistema, o que é normal, pois temos uma rotatividade. Fomos pegos de surpresa", explica. 

Hoje, a UFG tem 766 bolsas de mestrado e de 530 bolsas de doutorado oferecidas pela Capes. A instituição estuda realizar um remanejamento das bolsas direcionadas a estes alunos, conforme discutido em reunião realizada nesta semana entre representantes da Reitoria e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Goiânia. 

O pró-reitor de pós-graduação da UFG, Laerte Guimarães Ferreira, aponta a estratégia como uma das soluções para tentar minimizar o impacto da retirada dos benefícios, o que evitaria a bolsas ociosas. Sem os auxílios, cerca de R$ 1.500 para mestrandos e de R$ 2.200 para doutorandos, muitos acadêmicos desistem de dar continuidade às suas pesquisas, impactando a produção de conhecimento no Brasil. É que, muitas vezes, os trabalhos demandam dedicação exclusiva, impossibilitando conciliar com a carreira no mercado, por exemplo. 

 Ferreira explicou que o uso das bolsas de mestrado e doutorado é dinâmico: quando um bolsista conclui seu curso, o benefício é repassado a outro aluno. “Todo mês, a Capes abre o sistema para que possamos fazer esse remanejamento. Contudo, neste mês o sistema ainda não abriu e todas as bolsas que se encontravam disponíveis (independentemente do tempo de vacância) foram recolhidas pela Capes”, lamentou, em entrevista à equipe de comunicação da UFG. 

Bloqueio e “balbúrdia”
Anunciado no final de abriu, o contingenciamento de vebas para institutos e universidades que integram a rede federal de ensino deve atingir, em Goiás, além da UFG, o Instituto Federal de Goiás (IFG) e o Instituto Federal Goiano (IF Goiano). Juntas, as instituições preparam para a próxima quarta-feira, 15, assembleia e ato unificado, na Praça Universitária, a partir das 13 horas. No dia seguinte, reitores que compõem a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) têm encontro com o ministro da Educação Abraham Weintraub, que esta se notabilizando por declarações polêmicas envolvendo universidades.

Primeiro, ele disse que o bloqueio de verbas, inicialmente restrito à Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal Fluminense (UFF), seria uma resposta à “balbúrdia” que ocorreria nestas instituições, por meio de festas nos campus custeadas com dinheiro público. Após a repercussão, o corte foi ampliado para as demais instituições de ensino federais, entre elas a UFG, que, inclusive, corre o risco de ter seu ano letivo inviabilizado. 


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