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Não bastasse as graves consequências provocadas pela pandemia, Goiás ainda vive um acréscimo relevante: a difícil reconstrução do Estado após os governos de Marconi Perillo

Análise: Sandro Mabel erra ao achar que Caiado é o problema do Estado

05/05/2021, às 17:29 · Por Eduardo Horacio

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) Sandro Mabel tornou-se o mais ferrenho opositor do governador Ronaldo Caiado (DEM) nos últimos meses. No entanto, a crise econômica enfrentada pelo Estado, alvo do dirigente, não pode ser creditada à gestão do democrata, mas à conjuntura nacional em consequência da pandemia de Covid-19 e a uma herança de 20 anos.

Em pouco mais de um ano desde o início da pandemia, Ronaldo Caiado foi obrigado, em momentos específicos, a baixar decretos com fechamento de atividades econômicas como principal alternativa para tentar controlar o avanço da doença. Além disso, esforçou-se para ampliar a defasada rede de atendimento à saúde no interior do Estado, incluindo a abertura de novos leitos para o tratamento da doença.

Apesar dos esforços, a Covid-19 já tirou a vida de mais de 15 mil goianos e mantém-se em números elevados. O governador sempre fez questão de afirmar que sua prioridade era cuidar da saúde dos goianos, mesmo em detrimento à economia e aos possíveis desgastes. Já Sandro Mabel pensa em direção oposta, preocupado sobretudo com os prejuízos para o setor industrial e de serviços.

O maior equívoco do presidente da Fieg certamente é voltar sua metralhadora para o governador goiano. Desavenças pessoais e políticas à parte, Caiado fez (e faz) exatamente o que lhe cabe – lutar para cuidar da saúde do povo goiano, ainda que com muitas limitações. O democrata inclusive é alvo de críticas de setores que avaliam que ele deveria ser mais rígido nas decisões em alguns momentos.

Se a economia sofre além da conta após um ano de pandemia, Sandro Mabel deveria ser um contumaz crítico do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A ausência de uma coordenação nacional e, principalmente, a demora e resistência para aquisição de vacinas levou o País, e não apenas Goiás, a sofrer com uma devastadora segunda onda da pandemia. O governo federal também falha demais em acudir setores da economia.

Ao contrário, Mabel sempre foi simpático com as atitudes intempestivas de Bolsonaro. Em diversos momentos alinhou-se ao presidente na defesa de medicamentos com ineficácia comprovada para o tratamento da doença, alvo agora de uma CPI que investiga os atos e, principalmente, a omissão do governo federal na condução da pandemia.

Herança
Não bastasse as graves consequências provocadas pela pandemia, Goiás ainda vive um acréscimo relevante: a difícil reconstrução do Estado após os governos de Marconi Perillo (PSDB). Mesmo com cortes de despesas e economia de toda ordem, Goiás ainda luta para se reerguer e ser incluído em um plano federal de recuperação fiscal, tamanho o colapso nas contas.

Nos últimos anos Sandro Mabel até se opôs a Marconi e trabalhou para encerrar longo ciclo no poder do ex-governador. Na maior parte do tempo, porém, Mabel era um aliado dos governos tucanos em Goiás. Com quatro mandatos de deputado federal, o atual presidente da Fieg e parte expressiva do empresariado foram fiadores de Marconi e agora também arcam com a herança pesada. 

Emprego

O governador Ronaldo Caiado (DEM) criou os Programas Mais Empregos, Mais Crédito e conseguiu destravar o empreendedorismo no Estado com a abertura de novas empresas e criação de novos empregos. 

O Programa Estadual de Apoio ao Empreendedor (PEAME) autorizou R$ 112 milhões em linhas de créditos. Goiás é líder na abertura de empresas no Centro-Oeste. Foram 58.065 empresas abertas de janeiro de 2019 a abril de 2021.

Também figura em 1º lugar no ranking de menor tempo na abertura de empresas do país, com o tempo de 1 dia e 2 horas, de acordo com o boletim do Mapa das Empresas, do 3º quadrimestre de 2020, divulgado em fevereiro.

Entre janeiro de 2019 e abril de 2021, 200 empresas decidiram investir em Goiás, com previsão de 107.046 novos empregos. Goiás também lidera a geração de empregos no Centro-Oeste com quase 40 mil novos postos de trabalho.



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