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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Secom/UFG

Entrada do Campus Samambaia, da UFG, na região Norte de Goiânia: pesquisa e assistência estudantil ameaçadas

Reitor da UFG: “Balbúrdia é publicar 4 mil artigos científicos inéditos em revistas do mundo”

05/05/2019, às 01:01 · Por Eduardo Horacio

O corte de 30% nas verbas destinadas ao custeio de instituições de ensino superiores federais brasileiras vai atingir, no Estado, a Universidade Federal de Goiás (UFG), o Instituto Federal de Goiás (IFG) e o Instituto Federal Goiano (IF Goiano). Em entrevista, o reitor da UFG, Edward Madureira, já informou que sem os valores repassados pelo Ministério da Educação (MEC), a instituição se torna “inadministrável”. Atividades de pesquisa e de apoio estudantil, como o Restaurante Universitário, que oferta 9 mil refeições por dia – incluindo as servidas no interior, em Jataí, Catalão e Cidade de Goiás – por R$ 3 (valor subsidiado aos estudantes), podem ser inviabilizadas. 

Na UFG, especificamente, o bloqueio de R$ 32 milhões ocorreu na quinta-feira (2) sendo, deste total, R$ 27 milhões para ações de manutenção e R$ 5 milhões para investimento, como construção de novos prédios. 

Na sexta-feira, 3, durante evento na Faculdade de Enfermagem (FEN) da instituição, Madureira voltou a comentar o assunto e alfinetou declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que os cortes seriam uma resposta à “bálburdia” que aconteceria nos campus universitários. “A nossa balbúrdia é publicar 4 mil artigos científicos inéditos em revistas do mundo todo, alcançar 500 mil pessoas com ações de extensão e entregar esse ano um hospital de 600 leitos, 120 leitos de UTI. Os governos passam, mas a universidade fica”, enumerou. “Temos que enfrentar juntos as bizarrices que estão sendo ditas por aí”, pediu. 

Inicialmente, o corte de verbas proposto pelo MEC atingiria apenas três instituições: a Universidade de Brasília (UnB), a Federal Fluminense (UFF) e a Federal da Bahia (UFBA). Elas seriam punidas por uma suposta “bálburdia” nos campus, com, supostamente, a realização de festas não adequadas ao ambiente universitário. Após a repercussão do caso, o bloqueio foi ampliado às cerca de cem universidades e institutos federais espalhados pelo Brasil. 

No dia 16 de maio, haverá uma reunião com o ministro e reitores que compõem a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes).


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