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Goiânia, 29/05/24
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Foto: Jackson Rodrigues

A decisão de Romário Policarpo e seu grupo também passa por garantir ou não mais espaços na gestão municipal

Antecipação de eleição da Mesa Diretora evidencia que Romário é aliado desconfiado do Paço

21/04/2021, às 14:00 · Por Eduardo Horacio

A antecipação de eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores tem como pano de fundo o receio do atual grupo que comanda a Casa de ser atropelado por uma articulação liderada pelo Paço Municipal no futuro. Eleito em 1º de janeiro, o presidente Romário Policarpo (Patriota) tem mandato até o final do próximo ano e a eleição extemporânea favorece sua reeleição.  

 Atualmente, os poderes Legislativo e Executivo estão em completa sintonia. Na última visita à Casa para prestação de contas da gestão, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) foi elogiado pela quase totalidade dos vereadores presentes. Por outro lado, o prefeito abriu generosos espaços no primeiro escalão do Paço para indicações dos parlamentares após iniciar uma ampla reforma de seu secretariado.

O receio do presidente Romário Policarpo e seus aliados mais próximos é que no futuro o Paço tenha pretensão de escolher um sucessor mais alinhado ao Executivo. O sinal de alerta foi ligado quando Rogério Cruz atendeu um grupo de vereadores, derrotado na eleição da Mesa, e entregou o comando da Secretaria de Educação.

De lá para cá, o prefeito seguiu atendendo grupos ou vereadores de forma isolada, como o vice-presidente Clécio Alves (MDB), que emplacou o filho Luan Alves para o comando da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma). O emedebista, não por acaso, é um dos vereadores que destoa da iniciativa de antecipar a eleição da Mesa Diretora.

Apoio
Se de fato levar adiante a vontade de antecipar a eleição, Romário Policarpo tem amplas possibilidades de conseguir a reeleição e permanecer no cargo até o final de seu mandato de vereador, em 2024. Entre os parlamentares que apoiam publicamente a iniciativa estão Mauro Rubem (PT), Aava Santiago (PSDB) e Santana Gomes (PRTB).  

A decisão de Romário Policarpo e seu grupo também passa por garantir ou não mais espaços na gestão municipal. O presidente trabalha para emplacar um aliado no comando da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação, uma das mais importantes do município. Até aqui, Rogério Cruz reluta em atender. O humor do presidente e de seu grupo pode mudar de acordo com a decisão do prefeito.

Vale ressaltar que o presidente da Câmara Municipal, na prática, é também o vice-prefeito de Goiânia – a cidade não tem vice-prefeito desde a morte do prefeito Maguito Vilela (MDB) e a ascensão de Rogério Cruz, em janeiro. Em caso de impedimento de Cruz, Romário assumiria o comando da Prefeitura com a missão de convocar nova eleição. Ter a fidelidade do comando da Câmara é sempre tema principal no 5º andar do Paço. 


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