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A briga com Bolsonaro colocou o senador goiano no centro do debate político em Brasília

O que Bolsonaro tem a perder se Kajuru for de uma vez para oposição

15/04/2021, às 19:38 · Por Redação

Até então aliados, o senador Jorge Kajuru, que deve trocar o Cidadania pelo Podemos, caminha para o rompimento político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A ida do senador para a oposição ocorre após a polêmica motivada pelo vazamento de uma conversa entre ele e o presidente ocorrida no domingo, 11. A briga com Bolsonaro colocou o senador goiano no centro do debate político em Brasília.

No áudio, Bolsonaro e Kajuru trocam impressões sobre a criação de uma CPI para investigar os atos do governo na pandemia e tratam do processo de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A conversa foi amistosa, quase um pedido de desculpas do senador ao presidente. A grande repercussão negativa da divulgação, porém, azedou a relação dos, até então, aliados próximos.

Radialista e apresentador de TV e dono de oratória afiada, Kajuru já protagonizou grandes duelos na TV e na política. Rei das tardes no início da década passada na TV Bandeirantes, o ex-apresentador culpou o então governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), por sua demissão.

Kajuru também travou por anos uma guerra contra o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). A derrocada do tucano culminou com a eleição de Kajuru ao Congresso Nacional. Antes de se eleger senador, teve rápida e barulhenta passagem pela Câmara Municipal de Goiânia. Vereador mais votado da história da Capital, Kajuru inflamou uma aguerrida oposição ao então prefeito Iris Rezende (MDB).

Em entrevista nesta quarta-feira, 14, ao UOL, Kajuru disse que Bolsonaro corre risco de impeachment se a CPI da Covid-19 “for séria e independente”. Na visão dele, o governante “cometeu vários erros”, agiu com "desrespeito à imprensa" e pode ser responsabilizado por parte das mortes ocorridas durante a pandemia.

O tom de oposição pode ser uma reação às consequências que o vazamento provocou a Kajuru, como o ‘convite’ a se retirar do Cidadania, a perda dos espaços que o partido lhe assegurava e a denúncia ao Conselho de Ética do Senado, imposta pelo colega Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente.

A dúvida é se o radialista, com fama de folclórico, levará a contenda à fronteira do paroxismo, o que seria de alto risco ao Planalto. Enfim, o teatral senador goiano comprou uma briga que lhe tirou do ostracismo comum ao baixo clero de Brasília. 



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