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Goiânia, 29/05/24
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Divulgação/Jackson Rodrigues

Passados 100 dias de sua aposentadoria, o ex-prefeito continua sendo um dos principais atores políticos no Estado

Balanço confirma que Iris Rezende entregou gestão em Goiânia com impressionantes R$ 1 bilhão em caixa

14/04/2021, às 10:00 · Por Eduardo Horacio

Quando despachou do Paço Municipal pela última vez, em 31 de dezembro, o prefeito Iris Rezende (MDB) encerrou seu quarto mandato de prefeito de Goiânia com saldo em conta de R$ 1,027 bilhão em caixa, metade deste valor sem destinação vinculada. Com dívida consolidada em queda e gigante volume de investimentos na Capital, todos os números da gestão do emedebista impressionam.

O balanço financeiro do último ano do governo de Iris Rezende na Capital compôs a prestação de contas apresentada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) na Câmara Municipal de Goiânia nesta terça-feira, 13. Nas redes sociais o atual prefeito festejou: “Estamos no azul”.

Mesmo em meio à pandemia de Coronavírus, a arrecadação em Goiânia cresceu 15,1% em 2020. Chegaram aos cofres do município R$ 6,1 bilhões no ano passado, enquanto 2019 fechou com R$ 5,3 bilhões, acréscimo de aproximadamente R$ 800 milhões a mais.

“A cidade começou 2021 com mais dinheiro, quase R$ 1,1 bilhão em caixa, e com menos dívidas, condições essenciais para que a cidade siga em um avançado processo de desenvolvimento”, comemorou a secretária interina de Finanças Letícia Vila Verde, ao avaliar o último ano da gestão de Iris.

Com o aumento da arrecadação, houve substancial crescimento nos investimentos. Em comparação ao ano anterior, 2020 o acréscimo foi de 103% (aproximadamente R$ 200 milhões a mais que 2019). A maior parte deste recurso foi destinada ao programa de recuperação do asfalto das principais ruas e avenidas da Capital e outras obras de infraestrutura.

Mesmo com a maior operação de crédito da história de Goiânia, a gestão de Iris Rezende entregou o município a Rogério Cruz com a dívida consolidada em queda. Com capacidade de comprometimento superior a R$ 6,5 bilhões (ou 120% da arrecadação), a cidade utiliza apenas 10% desse montante atualmente. Nos últimos anos a dívida sofreu sucessivas retrações.

Dificuldades
Os números finais da gestão do prefeito Iris Rezende contrastam com a situação financeira do município em janeiro de 2017, quando o emedebista iniciou seu quarto mandato em Goiânia. A Capital acumulava R$ 1 bilhão em dívidas de curto prazo, a maior parte com fornecedores, e tinha um descompasso financeiro mensal de R$ 30 milhões. Sequer a folha salarial de dezembro de 2016 dos servidores da saúde havia sido quitada.

O trabalho de recuperação das finanças do município passou pela revisão de contratos, renegociação das dívidas, aumento substancial da arrecadação de impostos e extrema parcimônia nos gastos. Iris sempre fazia questão de ressaltar que cobrava do secretário de Finanças diariamente a movimentação financeira da Prefeitura, além de controlar todas as principais despesas.

Histórico
Prefeito de Goiânia pela primeira vez em 1965, Iris Rezende encerrou seu quarto mandato em dezembro de 2020 e com ele sua longa trajetória política de 62 anos iniciada em 1958, quando foi eleito vereador. Com alta aprovação popular de sua gestão, o emedebista era o favorito destacado a obter mais um mandato, mas decidiu se retirar da vida pública.

Passados 100 dias de sua aposentadoria, o ex-prefeito continua sendo um dos principais atores políticos no Estado. Pelo seu escritório, só nos últimos dias passaram o governador Ronaldo Caiado (DEM), o prefeito Rogério Cruz, o presidente da Assembleia Legislativa Lissauer Vieira (PSB) e o presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela. 

Em parte, os números ajudam a explicar o tamanho e a relevância de Iris para o cenário político em Goiás.


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